Tese
As tramas do agronegócio nas terras do Sudeste Goiano
Registro en:
MATOS, Patrícia Francisca de. As tramas do agronegócio nas terras do Sudeste Goiano. 2011. 357 f. Tese (Doutorado em Ciências Humanas) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2011.
Autor
Matos, Patrícia Francisca de
Institución
Resumen
The present thesis aims to understand the socio-spatial trams of the agribusiness in the
Southeast of Goiás. To achieve the objectives proposed, the methodology used was qualitative
approach with a theoretical review, field research and data collects in primary and secondary
sources. The time frame defined the period after 1980, marked by the territorialization of the
modern agriculture, made possible by the private capital and apparatus of the State, and that it
contributed for the modernization of the territory. However, they had been necessary
reflections on previous periods, therefore the initial insertion of modernization of the territory
in Goiás, specifically in the Southeast of Goiás if it gave for the prolongation of the Railroad
Mogiana linked the Southeast to the Midwest, through the states of Goiás, in the cities of
Goiandira, Catalão, Ipameri and Pires do Rio, in the first decades of twentieth century,
reaching Anápolis in middle of years 1930. The Railroad promoted in Goiás, especially in the
Southeast of Goiás, economic, social, cultural and politics transformations. Although the
promising economic development of the beginning of twentieth century, the Southeast of
Goiás entered in decay around 1940. From the 1970‟s, but especially in 1980, the Southeaste
region has taken over the economic and population growth. One of the reasons for the process
was the consolidation of the modernization of agriculture. The territorialization of modern
agriculture in Southeast of Goiás transformed the agrarian space of many municipalities as
results of the new logics that if they had installed, marked by the intense use of science and
the technology, by specialization, particularly the production of grains, aimed at agribusiness
and foreign markets, by territorialization of agribusinesses, at last, new forms of exploration
of the land. Added to this, the concentration of the land, the environmental impacts and the
replacement of traditional producers, in many cases peasants, for agribusiness entrepreneurs.
Thus, the territorialization of the agribusiness, promove in the Southeast of Goiás, new uses
of the territory by rural enterprises and the agricultural industries, creating new territoriality in
the field and in the city. Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Doutor em Geografia A presente tese tem como objetivo compreender as tramas sócio-espaciais do agronegócio no
Sudeste Goiano. Para alcançar os objetivos propostos, a metodologia utilizada foi a
abordagem qualitativa, com revisão teórica, pesquisa de campo e coleta de dados em fontes
primárias e secundárias. O recorte temporal delimitado foi o período pós 1980, marcado pela
territorialização da agricultura moderna, viabilizada pelo capital privado e por aparatos do
Estado, e que contribuiu para a modernização do território. Porém, foram necessárias
reflexões sobre períodos anteriores, pois a inserção inicial de modernização do território em
Goiás, especificamente no Sudeste Goiano se deu pelo prolongamento da Estrada de Ferro
Mogiana que ligava o Sudeste do país ao Centro-Oeste, passando pelo estado de Goiás, nas
cidades de Goiandira, Catalão, Ipameri e Pires do Rio nas primeiras décadas do século XX,
alcançando Anápolis em meados dos anos 1930. A Estrada de Ferro promoveu em Goiás,
especialmente no Sudeste Goiano transformações econômicas, sociais, políticas e culturais.
Apesar do desenvolvimento econômico promissor do início do século XX, o Sudeste Goiano
entrou em decadência por volta de 1940. A partir da década de 1970, mas, sobretudo, de 1980,
a região Sudeste retomou o crescimento econômico e populacional. Um dos motivos para tal
processo foi a consolidação da modernização da agricultura. A territorialização da agricultura
moderna no Sudeste Goiano metamorfoseou o espaço agrário de muitos municípios em
conseqüência das novas lógicas que se instalaram, marcadas pelo uso intenso da ciência e
da tecnologia, pela especialização produtiva, principalmente a produção de grãos, voltados
para agroindústria e para mercado externo, pela territorialização de agroindústrias, enfim,
novas formas de exploração da terra. Somam-se a isso, a concentração de terras, os impactos
ambientais e a substituição de produtores tradicionais, em muitos casos camponeses, por
empresários rurais. Assim, a territorialização do agronegócio promoveu, no Sudeste Goiano,
novos usos do território pelas empresas rurais e pelas agroindústrias, criando novas
territorialidades no campo e na cidade.