Dissertação
Assédio moral no trabalho: relações com bases de poder do supervisor, autoconceito profissional e satisfação no trabalho
Registro en:
FERRAZ, Ana Maria Souto. Assédio moral no trabalho: relações com bases de poder do supervisor, autoconceito profissional e satisfação no trabalho. 2009. 164 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Humanas) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2009.
Autor
Ferraz, Ana Maria Souto
Institución
Resumen
The concern with the effects of the new organization has presented as a consequence
greater emphasis to the study of variables related to man as a worker and the organization
itself to the impact that may arise among employees and organizational outcomes.
Harassment at work is emerging as an important theme in this context and as a new
construct, justified the need for further studies, to define the phenomenon within
organizational, and enrich your understanding with other constructs of the area. The
exploration of moral harassment by the frequency of occurrence perceived of hostile acts
and the emotional impact felt by victims of harassment is a new subject and is part of the
proposed research. The aim of this study was to investigate the influence of types of power
bases (expertise, coercion, reward and legitimate) in the moral harassment (perceived and
felt) at work, and in the workers professional self-concept (factors: achievement,
confidence, competence and health) and in the job satisfaction (factors: the organizational
support, the usefulness of social organization and work with the affective relationship at
work, with professional recognition). This is a field study and ex-post facto, crosssectional,
exploratory and correlational study. The variables were assessed by valid and
reliable scales, all self-administered. The study included 191 volunteers, mean age 28 years
(SD = 8), and 64.6% female, from different organizations. Data analysis was done by
descriptive statistics and regression analysis, having been used the statistical package
SPSS. Education level ranged from primary school through graduate track, which 74.6% of
participants had high school and worked in mostly administrative duties (29.5%) and
attendance/reception (13.1%), with 91% employees of private organizations. The results
showed that power bases did not predict the perception nor the emotional impact of moral
harassment, and these, in turn, even mediate the relationship between power bases and professional self-concept and job satisfaction. Test redesigned model that brought power
bases and moral harassment as antecedents of self-concept and job satisfaction was
conducted by means of multiple linear regressions standard. The results showed that power
base of expertise explained a small proportion of the variance of professional self-concept
of competence. But the main predictor of professional self-concept and satisfaction with
social utility of the organization and the work was the perception of harassment training at
work. It can be concluded that perceived harassment at work seems to generate among the
workers more negative effect than feeling humiliated by hostile acts or by perception of
use by the supervisor power bases identified in the literature as impacting consequent
negative variables investigated in this study. Mestre em Psicologia Aplicada A preocupação com os reflexos da nova organização do trabalho tem apresentado como
consequência um destaque maior ao estudo de variáveis relativas ao homem como trabalhador
e à própria organização pelo impacto que podem gerar nos trabalhadores e nos resultados
organizacionais. Assédio moral no trabalho desponta como um tema importante neste
contexto e, como construto novo, justifica-se a necessidade de maior número de estudos,
buscando delinear o fenômeno no âmbito organizacional, e enriquecer sua compreensão junto
a outros construtos da área. A exploração do assédio moral pela percepção da frequência de
ocorrência dos atos hostis e pelo impacto afetivo sentido pelas vítimas de assédio é assunto
novo e faz parte da investigação proposta. O objetivo geral deste estudo foi investigar a
influência dos tipos de bases de poder (perícia, coerção, recompensa e legítimo) no assédio
moral (percebido e sentido) no trabalho, e deste no autoconceito dos trabalhadores (fatores:
realização, autoconfiança, competência e saúde) e na satisfação no trabalho (fatores: com o
suporte organizacional, com a utilidade social da organização e do trabalho, com o
relacionamento afetivo no trabalho, e com o reconhecimento profissional). Trata-se de um
estudo de campo e ex-post facto, de corte transversal, do tipo exploratório e correlacional. As
variáveis foram avaliadas por escalas válidas e fidedignas, todas autoaplicáveis. Participaram
do estudo 191 trabalhadores voluntários, com idade média de 28 anos (DP = 8), sendo 64,6%
do sexo feminino, oriundos de diversas organizações. A análise dos dados foi feita por
estatísticas descritivas e análises de regressão, tendo-se utilizado o pacote estatístico SPSS. A
escolaridade variou entre ensino fundamental incompleto até pós-graduação completa, sendo
que 74,6% do total de participantes possuíam ensino médio completo e desempenhavam, em
maior parte, funções administrativas (29,5%) e de atendimento/recepção (13,1%), sendo 91%
trabalhadores de organizações privadas. Os resultados revelaram que bases de poder não predizem a percepção nem o impacto afetivo do assédio moral, e estes, por sua vez, sequer
mediam a relação entre bases de poder e autoconceito profissional e satisfação no trabalho.
Teste do modelo reelaborado que reuniu bases de poder e assédio moral como antecedentes de
autoconceito e satisfação no trabalho foi realizado por meio de regressões lineares múltiplas
padrão. Os resultados revelaram que base de poder de perícia explicou uma pequena parte da
variância do autoconceito profissional de competência. Mas o principal preditor de
autoconceito profissional e de satisfação com utilidade social da organização e do trabalho foi
a percepção do assédio moral profissional no trabalho. Pode-se concluir que perceber assédio
moral no trabalho parece gerar nos trabalhadores maiores efeitos negativos do que sentir-se
humilhado pelos atos hostis percebidos ou pela percepção da utilização pelo supervisor de
bases de poder identificadas na literatura como impactantes negativas das variáveis
consequentes investigadas neste estudo.