Dissertação
O paradoxo e o mito em Tutaméia
Registro en:
CAIXETA, Maryllu de Oliveira. O paradoxo e o mito em Tutaméia. 2008. 164 f. Dissertação (Mestrado em Linguística, Letras e Artes) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2008.
Autor
Caixeta, Maryllu de Oliveira
Institución
Resumen
This work is focused on the structures of the paradox and the myth in the general
organization of Tutaméia. We have chosen the first preface to the discussion of a poetic
economy, which the author gives his point of view about it, and which is related to this
conception of the whole set of preambles and stories: paradoxical and mythical, at the
same time. These two structures, paradox and myth, are similar in one point of view,
which brings these two aspects closer to the mimesis: the sense of uncertainty or
wrongness between word and fact. By structuring the uncertainty of meaning, suggested
by above-sense, the alternative reading is guaranteed as obstacle to hermeneutic control.
Thus, the fight for truth is going beyond the truth itself or definitive sense. The assertion
of that wrongness is also, by a paradox, the affirmation of the absence of mistake: all
the senses are valued as unique perspectives in whole space of differences. The nonsense,
when comes in series or in a compilation of texts, gives us the paradox and the
myth, are archaic mechanisms, prior than the wisdom or instrumental reasoning. These
mechanisms, no sense and myth, produce the surprises or the effects of discredit of the
game: a kind of materialistic transcendence. The theme of the error and truth is central
throughout Tutaméia. We have chosen, for analysis, twelve stories in which the theme
of the mistake as limit of signification is more evident, in a way which these short tales
become backgrounds for those above-senses, putting in central space the theme of the
abysm between the word and the truth. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Mestre em Lingüística Essa dissertação tem por tema as estruturas do paradoxo e do mito na organização
geral de Tutaméia. Escolhemos o primeiro prefácio para a discussão de uma
economia poética, que o autor pontua nele, e que se relaciona com essa concepção
do conjunto de prefácios e contos: simultaneamente paradoxal e mítica. Essas duas
estruturas, paradoxo e mito, são semelhantes num aspecto que também as aproxima
da mimesis: o sentido de indeterminação ou de errância entre a palavra e a verdade.
Ao estruturar a indeterminação do sentido, sugerido por supra-senso, a outra leitura
é garantida como obstáculo ao controle hermenêutico. Assim, a luta pela verdade é
perpetuada para além de uma significação ou de um sentido último. A afirmação
dessa errância é também, por um paradoxo, a afirmação da inexistência do erro:
todos os sentidos são valorizados como perspectivas unívocas num cosmo de
diferenças. O não senso, que em série ou no conjunto de textos nos dá o paradoxo, e
o mito são mecanismos arcaicos, anteriores ao bom senso e seu raciocínio
instrumental. Esses mecanismos, não senso e mito, produzem as surpresas ou os
efeitos de desautomatização do jogo : uma espécie de transcendência materialista. O
tema do erro e da verdade é central em toda Tutaméia. Escolhemos, para análise,
doze contos em que sobressai a tematização do erro como limite do sentido, de
modo que as anedotas são fundo para supra-sensos que sugerem e dão centralidade
ao tema do abismo entre a palavra e a verdade.