Geographical Indications (GIs) are products that have differentiated qualities and characteristics, being the result of a series of agents that act in the territory where they were produced. In Brazil the first GI occurs in Vale dos Vinhedos (wine) in 2002, followed by the GI of the Cerrado Mineiro Region (coffee), being this GI, with its characteristics, highlighted in this work. In this context, a series of characteristics about Geographical Indications will be presented, such as their genesis in Brazil, their relationship with the territory, their selectivity, their spatialization, definitions and core products. The characteristics of coffee cultivation in Brazil will also be exposed, especially in the Cerrado Mineiro Region, presenting its dynamics, the political and economic issues that led to the cultivation in the region, as well as the relationship with the technical-scientific-informational environment. The main objective of this work is to recognize the strategies devised by coffee growers that led the Cerrado Mineiro coffee to achieve the certification of Geographical Indication, observing the dynamics of the process, its selectivity and its relations of appropriation of territorial attributes. The methodological procedures were organized into four stages: bibliographic review, collection of secondary data, field research and preparation of maps, graphs and charts, being a qualitative research. According to the National Institute of Industrial Property (INPI), in the first half of 2021, Brazil had 93 Gis distributed in all regions. Emphasizing the Geographical Indication of Coffee from the Cerrado Mineiro Region it was possible to realize a product linked to globalization, which generates various transformations in its territory, as for its selectivity can be scored two strands: one that exposes that all coffee growers, with support from cooperatives and associations, can get the certification and obtain the GI, and another strand that exposes that the process of GI is selective and that the adaptations needed for the certification are not accessible to all growers.Dissertação (Mestrado)As Indicações Geográficas (IGs) são produtos que apresentam qualidades e características diferenciadas e são resultado de uma série de agentes que atuam no território onde foram produzidas. No Brasil, a primeira IG ocorre no Vale dos Vinhedos (Vinho) em 2002, seguido pela IG da Região do Cerrado Mineiro (Café), sendo essa IG, com suas características, destacada nesse trabalho. A partir desse contexto, será apresentado uma série de características acerca das Indicações Geográficas, como sua gênese no Brasil, sua relação com o território, sua seletividade, suas espacializações, definições e produtos centrais. Também será exposto as características do cultivo de café no Brasil, em destaque a Região do Cerrado Mineiro, apresentando suas dinâmicas, as questões políticas e econômicas que levaram o cultivo a região, como também a relação com o meio técnico-científico-informacional. O trabalho tem como objetivo principal reconhecer as estratégias engendradas pelos cafeicultores que levaram o café do Cerrado Mineiro a conquistar a certificação de Indicação Geográfica, observando as dinâmicas do processo, a seletividade do mesmo e suas relações de apropriação de atributos territoriais. Os procedimentos metodológicos foram organizados em quatro etapas, sendo: revisão bibliográfica, coleta de dados secundários, pesquisas de campo e confecção de mapas, gráficos e quadros, sendo uma pesquisa qualitativa. De acordo com o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), no primeiro semestre de 2021, o Brasil possuía 93 IGs distribuídas em todas as regiões. Dando destaque a Indicação Geográfica do Café da Região do Cerrado Mineiro foi possível perceber um produto ligado à globalização, que gera diversas transformações em seu território. Quanto a sua seletividade, pode ser pontuado duas vertentes: uma que expõe que todos os cafeicultores, com apoio das cooperativas e associações, conseguem a certificação e obter a IG, já outra vertente que expõe que o processo da IG é seletivo e que as adaptações necessárias para que ocorra a certificação não são acessíveis a todos cafeicultores.