Dissertação
Literatura infanto-juvenil e diversidade
Autor
Venancio, Ana Carolina Lopes
Institución
Resumen
Orientador: Paulo Vinícius Baptista da Silva Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação. Defesa: Curitiba, 06/07/2009 Inclui bibliografia e anexos Resumo: O estudo analisou amostra de 20 obras de literatura infanto-juvenil, que compõem um acervo do Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE), voltado aos educandos do 1° ao 5° ano do Ensino Fundamental de 09 anos, selecionados em edital no ano de 2007 para distribuição e uso em 2008. A pesquisa se vincula aos estudos brasileiros que analisam de forma crítica a criação e difusão de formas de hierarquização social (de idade, gênero, raça e relativos à deficiência) por meio de discursos e imagens veiculadas pela literatura infanto-juvenil. No plano teórico é orientada por essa perspectiva crítica e por contribuições do interacionismo simbólico, em especial pelos conceitos de identidade social e de estigma. A análise proposta operou com a hipótese que o discurso midiático e o discurso difundido pelos livros infanto-juvenis e didáticos têm ficado, em geral, alheios a apresentação da diversidade, divulgando, com a adoção de tal postura, conceitos legitimadores de hierarquias sociais. A questão que se cumpria investigar e responder neste contexto foi: Em que medida os personagens apresentados pelas obras que compõem o acervo do PNBE 2008 apresentam características que valorizam a diversidade? A partir da leitura completa das obras essas foram submetidas a técnicas de análise de conteúdo, com foco nos personagens e analisadas de forma qualitativa e quantitativa. Os resultados sobre personagens dos textos, das ilustrações e das capas foram analisados em quatro eixos de desigualdade, sobre deficiência, relações raciais, gênero e idade. Na amostra de livros do PNBE 2008 analisada observou-se o silêncio em torno da deficiência e o tratamento de forma estigmatizante do único personagem que apresenta deficiência física não-funcional. A análise das obras permitiu a constatação de ligeira atenuação na freqüência de personagens dominantes e subordinados, reiterando resultado de pesquisas anteriores, mas ainda se verificando, de forma aberta ou velada, relações de subordinação nas tramas desenvolvidas. Observou-se predomínio de personagens humanos, do sexo masculino, brancos, sem deficiência, com alteração somente no que se refere à idade.