Monografia Graduação
Variação temporal da biodiversidade e abundância do fitoplâncton em Pontal do Sul - PR
Autor
Ávila, Edeziana Cristina
Institución
Resumen
Orientador : Prof. Dr. Luiz Loureno Mafra Júnior Monografia (graduação) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências da Terra, Centro de Estudos do Mar, Curso de Oceanografia O presente trabalho buscou caracterizar a variação sazonal na estrutura da comunidade de microalgas da zona de arrebentação da praia de Pontal do Sul, PR, especialmente a ocorrência e abundância de espécies potencialmente nocivas, por meio de coletas aproximadamente quinzenais ao longo de 16 meses, entre março de 2010 e junho de 2011. Setenta e nove táxons foram identificados, tendo sido as diatomáceas Coscinodiscus spp., Cyclotella spp. e Asterionellopsis glacialis as mais freqüentes (96% de ocorrência nas amostras), e Thalassionema nitzschioides, A. glacialis, Chaetoceros spp. e Coscinodiscus spp. as mais abundantes, totalizando juntas até 68% da abundância total em uma única coleta. Dentre as espécies de microalgas potencialmente nocivas, destacou-se a ocorrência da diatomácea Pseudo-nitzschia spp. (máx. 0,25 x 10 cél. L') e dos dinoflagelados Dinophysis acuminata, Alexandrium spp. e Gymnodinium cf. catenatum, todos com capacidade de produzir potentes toxinas. O periodo de maior abundância total no microfitoplancton (microalgas planctônicas >20 µm) ocorreu entre março e junho/2010 com variação entre 0,56 e 1,23 x 10° cél. L. Ainda que o periodo de máxima densidade celular tenha coincidido com o pico máximo de biovolume (malo/2010), quando as principais espécies totalizaram 299 mm.L¹, houve períodos como o inverno de 2010 em que a baixa abundância celular não refletiu o elevado biovolume associado ao dominio de espècies de microalgas com células de grande porte. A zona de arrebentação da Praia de Pontal do Sul se mostrou favorável ao crescimento destas grandes espécies de microalgas, que contribuiram com um grande aporte de biomassa, principalmente durante os meses de outono e inverno de 2010 (máx. 266 pg C L em junho/2010). Assim como a abundância, a composição da comunidade fitoplanctônica na zona de arrebentação também variou ao longo do ano, mas não foi registrada uma relação clara com a temperatura da água, salinidade ou altura de maré. Apesar de terem sido identificadas duas estações pluviométricas bem demarcadas-seca, nos meses de inverno, e chuvosa, no fim do verão e inicio de outono- tais variações quali-quantitativas na comunidade fitoplanctónica estiveram provavelmente mais intimamente associadas a mudanças na dinâmica de correntes. marinhas e na turbulência gerada pelos ventos ao longo das estações. Embora tenha havido uma dominância de diatomáceas não-nocivas, a presença de microalgas potencialmente tóxicas na zona de arrebentação de Pontal do Sul representa um risco potencial para a sobrevivência e o acúmulo de toxinas na biota local, especialmente em organismos de meio fauna, caso grandes abundâncias celulares destas espécies sejam registradas. Monitoramentos continuos do fitoplancton são, portanto, fortemente recomendados, tanto nos estuários paranaenses como nas praias adjacentes.
Palavras-chave: fitoplancton; zona de arrebentação; biovolume; microalgas nocivas