Dissertação
Análise faciológica da formação Codó (Aptiano superior) na Região de Codó (MA), leste da Bacia do Grajaú
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Autor
PAZ, Jackson Douglas Silva da
Institución
Resumen
The Codó Formation, focused in this paper, is exposed in the adjacencies of Codó town, eastern Maranhão State, where it consists of intergraded shales, limestones and evaporites, laterally continuous, forming shoaling-upward successions averaging 2.5 m in thickness. Sedimentological features, the abundance of freshwater ostracodes and Charophyte algae, as well as the absence of any marine fauna, characterize this unit as a dominantly lacustrine unit, which can be described by three broad facies associations, attributed to: 1. central lake; 2. transitional lake; and 3, marginal lake. The central lake facies association represents the base of the shoaling upward successions and consists of two facies: a) black shale; and b) evaporite. The dominance of shale beds in this association indicates sedimentation in low energy depositional settings, typical of central lake areas, where the abundance of pyrite and the bituminous composition point to highly reducing conditions. The scarcity of infauna is indicated by the complete absence of bioturbation, which is consistent with anoxia. The evaporite facies point to a highly saline lake setting. The transitional facies association consists of: a)laminated argillite; hb)lime- mudstone; c)peloidal limestone (mudstone to packstone); and d)meso-crystalline limestone. These deposits, between central lake and marginal lake facies associations, own in the middle portion of the shoaling upward cycles, consistent with a transitional lacustrine setting. The marginal lake facies association represents the top of the shoaling upward successions and consists of a variety of intergrading lithofacies: ajmassive pelite; b)calcite-arenite; Cc) ostracodal limestone (wackestone to grainstone); d) pisoidal limestone (packstone) ; e)gipsite-arenite; £f) tuffa; and 9) rhythmite. These deposits show an abundance of sedimentary features (i.e., paleosoil, karstic surface, fenestrae) typical of subaerial and/or meteoric exposure, which is consistent with their interpretation as marginal lake deposits.
A lacustrine facies model with ramp margin and low energy flow is proposed for the study area, taking into account the following characteristics: 1) low rates of sediment supply; 2) presence of areas with low relief around the lacustrine basin; 3) abundance of sedimentary features recording episodes of subaerial and/or meteoric exposure; and 4) prevalence of marginal facies. This interpretation is further suggested by: 1) the small thickness of the depositional cycles, which is attributed to decreased accommodation; 2) absence of turbiditic deposits, which are typical in lacustrine settings with pronounced slope break; and 3) absence of resedimented deposits, which are also common in bench margin lacustrine settings. The abundance of black shales and evaporites suggests a hydrologically closed lacustrine basin with stratified and saline water column for the study area.
The depositonal cycles identified reveal a regressive character for this lacustrine succession. Three types of cycles were recognized: 1) complete shoaling-upward cycle; 2) incomplete shoaling-upward cycle; and 3) flooding-upward cycle. The origin of these cycles is attributed to tectonism, based on the assymetrical vertical stacking pattern. This interpretation is corroborated by the presence of sin- sedimentary deformational features related to sin- depositional sismic activity.
The faciological, palaeontological and geochemical data presented in this work suggested on show that the Late Aptian marine transgression recorded in the northern portion of the São Luís-Grajaú Basin did not reach the Codó area. CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Os depósitos da Formação Codó, na região de Codó (leste do estado do Maranhão) consistem de folhelhos, calcários e evaporitos contínuos lateralmente e organizados em ciclos de arrasamento ascendente de, em média, 2,5 m de espessura. Estes depósitos são considerados como o registro de um sistema lacustre que se instalou durante o Neoaptiano na Bacia do Grajaú. Esta interpretação baseia-se nos seguintes critérios: 1) presença de ostracodes e algas típicas de ambientes não-marinhos, associados à ausência de fósseis marinhos; 2) domínio de litologias formadas por suspensão e frequente formação de paleossolos, associados à ausência de estruturas geradas por maré e reduzida atividade de onda; e 3) razão 87sr/ 86sr igual, em média, a 0,7079, valor mais elevado que aquele esperado para evaporitos e carbonatos marinhos do período Aptiano. Foram individualizadas treze fácies deposicionais, as quais foram agrupadas em três associações de fácies atribuídas a: a) lago central; b) lago transicional; e c) lago marginal. A associação de fácies de lago central posiciona-se na base dos ciclos de arrasamento ascendente, sendo composta por duas fácies: a) folhelho negro betuminoso; e b) evaporito. O domínio de rochas pelíticas nesta associação de fácies é consistente com sedimentação em ambientes de baixa energia, típicos de centro de lago. A abundância de pirita e a composição betuminosa apontam para condições ambientais redutoras. A escassez de infauna é indicada pela ausência de bioturbação, o que é consistente com anoxia, enquanto as fácies evaporíticas apontam para um contexto lacustre salino. A associação de fácies de lago transicional consiste de: a) argilito laminado; b) mudstone calcífero; c) calcário peloidal (mudstone a packstone); e d) calcário meso-cristalino. Estes depósitos estão posicionados entre as associações de fácies de centro e de margem de lago, encontrando-se na porção média dos ciclos de arrasamento ascendente, o que levou a atribuí-los a ambiente lacustre transicional. A associação faciológica de lago marginal representa o topo dos ciclos de arrasamento ascendente e agrupa as seguintes fácies: a) pelito maciço; Db) calcita- arenito; c) calcário ostracodal (wackestone a grainstone); d) calcário pisoidal (packstone); e) gipsita-arenito; £f) tufa; e g) ritmito carbonato/folhelho. Estes depósitos mostram uma abundância de feições sedimentares (i.e., paleossolos, superfícies cársticas e fenestras) típicas de exposição meteórica e/ou subaérea, consistentes com a interpretação como depósitos de lago marginal.
O modelo deposicional proposto consiste de sistema lacustre com margem em rampa e baixa energia de fluxo, tomando-se por base as seguintes características: 1) baixa taxa de suprimento sedimentar; 2) relevo pouco pronunciado em torno da bacia lacustre; 3) abundantes feições sedimentares registrando episódios de exposição subaérea ou à água meteórica; e 4) predomínio de fácies marginais sobre fácies centrais. Além destas características, esta interpretação é também sugerida pelos seguintes aspectos: 1) pequenas espessuras (i.e., poucos metros) dos ciclos deposicionais, o que pode ser atribuído a um espaço deposicional reduzido em função do predomínio de lâmina d'água rasa através da bacia lacustre; 2) ausência de depósitos turbidíticos, típicos em ambientes lacustres com quebra em talude acentuado; e 3) ausência de depósitos de ressedimentação (p.e., brechas e/ou depósitos deformados por ação gravitacional), característicos em associação a ambientes de talude. A abundância de folhelhos negros e evaporitos sugere que a bacia lacustre era hidrologicamente fechada, estratificada e salina.
Os ciclos deposicionais identificados na área de estudo revelam caráter regressivo, sendo representados por três tipos: 1) ciclos completos de arrassamento ascendente; 2) ciclos incompletos de arrasamento ascendente; e 3) ciclos de inundação ascendente. A origem destes ciclos foi atribuída a tectonismo, com base no seu padrão assimétrico de
empilhamento, o que também é corroborado pela presença de feições deformacionais sinsedimentares associadas com atividade sísmica sindeposicional.
As informações faciológicas, paleontológicas e geoquímicas obtidas na região de Codó permitem considerar que a ingressão marinha neocaptiana, registrada na porção norte da Bacia de São Luís-Grajaú, não chegou a atingir a região de Codó, que manteve-se protegida desta ingressão.
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