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CARTA A UNA SEÑORITA EN PARÍS: EXPERIÊNCIAS NEOFANTÁSTICAS, OU INEXPLICAVEIS DA REALIDADE
Registro en:
10.18542/moara.v1i31.3615
Autor
ALVES, Wanderlan da Silva
Institución
Resumen
Analisamos o conto “Carta a uma señorita em París”, de Julio Cortázar, focalizando o trabalho de escrita que se realiza nessa narrativa, a partir da invasão da anormalidade no espaço e na vivencia cotidiana do protagonista. Ao ver-se envolvida numa realidade que não pode ser negada nem racionalizada, a personagem principal tanto experimenta a angustia de situar-se numa condição e num espaço que não se se submetem, quanto amplia sua concepção de realidade, percebendo que, no contexto em que se insere, realidade é tudo aquilo que é pensável. Desse modo, a personagem reconhece a natureza da comunicação de experiências humanas, realizada via linguagem, como um conjunto de interações pautadas em relações instáveis e marcadas por jogos de poder. Nesse contexto, a experiência com o fantástico se intensifica e leva a personagem e, mesmo o leitor, a questionar seus próprios limites de ação, dentro do universo que se insere.