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A IMAGEM DO NEGRO NA LITERATURA PARAENSE: Uma análise do romance Hortência, de Marques de Carvalho
Registro en:
10.18542/moara.v2i20.3192
Autor
Trindade Rocha, Fernando
Institución
Resumen
A proposta desta pesquisa é analisar como a literatura paraense da segunda metade do século XIX, semelhante à literatura produzida nos principais centros culturais do Brasil, especialmente o romance de estilo realista-naturalista, aparece como representação de supostas realidades raciais e sociais paraense e brasileira, e como veículo privilegiado de difusão de ideologias raciais que constituíam então as concepções de homem, raça e meio dominantes inscritas nos centros de irradiação da produção cientifica filosófica e literária nacional. Nesses centros houve nessa época o recrudescimento das discussões sobre a formação racial do povo brasileiro, realizadas segundo os pressupostos de teorias pseudo-científicas em voga na Europa como o evolucionismo e o darwinismo social, que acabaram por influenciar fortemente os escritores identificados com a nova estética naturalista. Além da análise sobre a presença das ideologias na representação do negro e do mulato no romance naturalista produzido entre os anos de 1870 e 1890, é desenvolvida a questão sobre a construção da imagem do negro no romance e se ela simplesmente reproduz ou polemiza imagens estereotipadas e negativas presentes no discurso do século XIX.