Dissertação
Fontes de óleos vegetais em dietas para lambari-do-rabo-amarelo (Astyanax altiparanae): desempenho produtivo, perfil de ácidos graxos, rendimento e composição de carcaça
Fontes de óleos vegetais em dietas para lambari-do-rabo-amarelo (Astyanax altiparanae): desempenho produtivo, perfil de ácidos graxos, rendimento e composição de carcaça;
Sources of vegetable oils in diets for lambaris-do-rabo-amarelo (Astyanax altiparanae): productive performance, fatty acid profile, body indices and carcass composition;
Sources of vegetable oils in diets for lambaris-do-rabo-amarelo (Astyanax altiparanae): productive performance, fatty acid profile, body indices and carcass composition
Registro en:
TAVARES, Mateus Moraes. Sources of vegetable oils in diets for lambaris-do-rabo-amarelo (Astyanax altiparanae): productive performance, fatty acid profile, body indices and carcass composition. 2011. 66 f. Dissertação (Mestrado em Biologia e Manejo animal) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2011.
Autor
Tavares, Mateus Moraes
Institución
Resumen
O lambari-do-rabo-amarelo (Astyanax altiparanae), espécie nativa brasileira, de água doce, pode ser encontrado do nordeste ao sul do país. O cultivo desta espécie tem despertado o interesse de vários pesquisadores por se tratar de um peixe com rápido crescimento, hábito alimentar onívoro e reprodução natural, podendo tornar-se uma espécie amplamente produzida no país. Acrescido a isso, os lambaris apresentam boa aceitação no mercado. Entretanto, para o sucesso da intensificação na produção desta espécie é necessário, principalmente, estudos relacionados à nutrição e alimentação dos animais, para que se possam indicar dietas que proporcionem maior desenvolvimento do animal, sem prejuízo a sua saúde. Assim, com esse estudo objetivou-se avaliar diferentes fontes de óleos vegetais em dietas para lambaris-do-rabo-amarelo. Utilizou-se delineamento experimental inteiramente casualizado com seis tratamentos (óleos vegetais de canola, milho, linhaça, girassol, oliva e soja) e cinco repetições. Para tanto, 510 alevinos com 1,82±0,09g foram distribuídos em 30 aquários circulares (100L), equipados de filtro biológico, aquecedores e termostatos. Cada aquário foi considerado uma unidade experimental. Os peixes foram alimentados com as dietas-teste por um período de 90 dias. Ao final do experimento, os peixes foram avaliados quanto ao desempenho produtivo, índices de rendimento corporal, composição química da carcaça e perfil lipídico da carcaça e do fígado. Foi observada diferença significativa para sobrevivência, teor de proteína bruta e perfil lipídico dos peixes alimentados com dietas contendo diferentes fontes de óleo. Os lambaris alimentados com a dieta contendo óleo de soja apresentaram menor taxa de sobrevivência (94,11%) quando comparada com as taxas de sobrevivência dos peixes alimentados com as demais dietas. As maiores porcentagens de proteína bruta na carcaça 59,23% e 57,84% foram encontradas nos peixes alimentados com as dietas contendo os óleos de linhaça e girassol, respectivamente. Os peixes alimentados com as dietas contendo os óleos de girassol, soja e milho apresentaram as maiores concentrações de ácido linoléico (18:2n-6) xiii incorporados na carcaça. A dieta contendo óleo de linhaça proporcionou maior concentração de ácido α-linolênico (18:3n-3) na carcaça dos peixes. Nos peixes de todos os tratamentos não foi detectado a presença do ácido araquidônico (20:4n-6). Foi observada presença dos ácidos eicosapentaenóico (20:5n-3) e do ácido docosahexaenóico (22:6n-3) incorporados à musculatura dos peixes de todos os tratamentos, mostrando existência de maior afinidade das enzimas Δ6 dessaturases pelos ácidos graxos da série n-3 quando comparados aos ácidos graxos da série n-6. A dieta contendo óleo de linhaça, rica em ácido graxo α-linolênico resultou em maior relação n-3/n-6 no perfil lipídico da carcaça dos peixes quando comparados aos peixes alimentados com as demais dietas. No fígado dos peixes houve maior acúmulo dos ácidos linoléico e docosahexaenóico, quando comparado ao ácido α-linolênico. Esses resultados confirmam a maior afinidade das enzimas Δ6 e Δ5 dessaturases pelos ácidos graxos da série n-3 (α-linolênico) diminuindo a conversão do ácido linoléico a ácido araquidônico. Esses resultados mostram que os óleos de origem vegetal testados são bons fornecedores de ácidos graxos precursores na síntese de eicosanóides e confirmam que essa espécie possui alta capacidade de realizar a dessaturação e alongamento de ácidos graxos da serie n-3. O óleo de linhaça, por promover maior relação de ácidos graxos das séries n-3/n-6 na carcaça dos peixes, é indicado em dietas para essa espécie. The lambari-do-rabo-amarelo (Astyanax altiparanae) is a species native of Brazil, being found from the northeast to the south of the country. The cultivation of this species has attracted the interest of many researchers because it is a fast growing fish, omnivorous and natural reproduction which could become a widely species produced in the country. Moreover, it is a fish with good market acceptance. However, the intensification in the production of this species depends mainly on studies related to feed and nutrition in order to indicate the diet that will provide the greatest development of the animal, without prejudice to its health. Thus, the present study aimed to evaluate the influence of supplementation with different sources of vegetable oils in diets for lambari-do-rabo-amarelo. Was used a completely randomized experimental design with six treatments (canola, corn, linseed, sunflower, olive and soybean vegetable oils) and five repetitions, where 510 fingerlings with 1.82 ± 0.09 g (average weight ± SD) were distributed in 30 circular tanks (100L), regarded as experimental units. Fish were fed with the test diets for a period of 90 days. At the end of the experiment, fish were evaluated for productive performance, body yield indexes, carcass chemical composition and lipid profile of the carcass and liver. Significant difference (p <0.05) in survival (SU) of fish fed with supplementary diets with different vegetable oils was observed. Fish fed with diet containing soybean oil had lower survival rate (94.11%) than fish fed diets containing other vegetable oils. The chemical composition of fish carcass was significantly different (p <0.05) for crude protein content. Fish fed with diets containing linseed oil (59.23%) and sunflower (57.84%) had higher percentages of crude protein in the carcass. The lipid profile of the carcass of the fish was a consequence of the diet consumed. Fish fed with diet containing sunflower, soybean and corn oils had significantly higher concentrations of linoleic acid (18:2 n-6) incorporated into its muscles. Fish fed with diets containing linseed oil had higher concentrations of α-linolenic acid (18:3 n-3) incorporated into their muscles. In fish of all treatments was not detected the presence of arachidonic acid (20:4 n-6). Although no significant difference between them was presented, it was observed the presence of eicosapentaenoic acid (20:5 n-3) and docosahexaenoic acid (22:6 n-3) incorporated into the muscle of fish from all treatments, showing that there is a higher affinity of Δ6 e Δ5 desaturase enzymes with fatty acids of n-3 series compared to fatty acids of n-6 series. The largest supply of α-linolenic fatty acid for the fish fed with diet containing linseed oil resulted in a higher n-3/n-6 ratio in the carcass lipid profile compared with fish fed with other diets. In the liver of the animals there was a greater accumulation of linoleic and docosahexaenoic acids, compared to α-linolenic acid. These results confirm the higher affinity of the enzymes Δ6 and Δ5 desaturases with fatty acid of n-3 series (α-linolenic acid) decreasing the conversion of linoleic acid to arachidonic acid. These results show that the tested vegetable oils are good sources of fatty acids precursors for the synthesis of eicosanoids and confirm that this species has greater capacity to carry out the desaturation and elongation of fatty acids of n-3 series. For human feeding, the World Health Organization recommends that diets have a ratio of series n-3/n-6 fatty acids of 1:4 to 1:10 to be a quality diet. According to the results observed in this study, we can indicate the use of linseed oil for the lambari-do-rabo-amarelo nutrition in order to increase the incorporation of fatty acids of n-3 serie in their muscles, thus increasing the ratio of series n-3/n-6 fatty acids in the flesh of the fish. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
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