In this brief article, we will argue that the Covid-19 pandemic, like others in human history, laid bare the foundations of the modern political-economic structure. We will argue that such bases are based on two pillars, a political notion of 'State', the peak of human organization, and a rationalist, technical and productive conception, which promulgates the possibility of responding to any crisis that arises in society. As a counterpoint to this structure, we will present the Machiavellian theory, which points to an indelible relationship between politics and the natural factor, nature and society. In this theory, with its own anthropological conception, the needs imposed by nature in the face of human action are decisive for thinking about the political construction itself. As a result, we will consider it necessary to rethink the modern political-economic structure in its alleged myths of undeniable political advancement, through the 'State', and an unshakable rational basis, mainly technical-productive, returning to the place of importance of the natural factor for the constitution of a more 'human' society.Neste breve artigo, argumentaremos que a pandemia da Covid-19, como outras na história humana, colocou em desnudo as bases da estrutura político-econômica moderna. Defenderemos que tais bases apoiam-se em dois esteios, uma noção política de ‘Estado’, ápice da organização humana, e uma concepção racionalista, técnica e produtiva, que promulga a possibilidade de resposta a qualquer crise surgida na sociedade. Como contrapondo a esta estrutura, apresentaremos a teoria maquiaveliana, que aponta para uma relação indelével entre política e fator natural, natureza e sociedade. Nesta teoria, com uma concepção antropológica própria, as necessidades impostas pela natureza frente a ação humana são determinantes para se pensar a própria construção política. Como resultado, consideraremos ser necessário repensar a estrutura político-econômica moderna em seus pretensos mitos de incontestável avanço político, por meio do ‘Estado’, e inabalável base racional, principalmente técnico-produtiva, retomando o lugar de importância do fator natural para constituição de uma sociedade mais ‘humana’.