Este estudo explorou o curso de vida de um talento esportivo desde o contato com o esporte até as olimpíadas. O sujeito é atleta brasileiro de natação medalhista em olimpíadas. Como métodos utilizou-se entrevista e depoimentos de familiares e técnicos. Na análise qualitativa, utilizou-se o paradigma bioecológico (Bronfenbrenner, 1995) e a teoria de especialização motora (Krebs, 1992). Nos resultados verificou-se: a) evidências de interdependência entre os familiares quanto a estrutura e suporte ao atleta; b) as relações interpessoais: “pais-criança”, “criança- criança”, “pais-atleta”, “pais-técnico” e “técnico-atleta”, ocorreram de forma positiva e duradoura; c) o timing ocorreu dentro das expectativas para idade, assim, entre 4- 8 anos teve uma estimulação para atividades esportivas, de 9-12 anos, iniciou a aprendizagem de modalidades esportivas, posteriormente, aos 14 anos começou a praticar predominantemente a natação e entre 15-16 anos intensificou sua dedicação aos treinamentos. Com isso conclui-se: a trajetória de desenvolvimento do talento ocorreu num processo contínuo com trocas positivas desde a infância até a vida adulta; a ecologia do curso de vida parece indicar que cada talento é um processo único e o produto final será o resultado da multiplicidade das variáreis pessoais e contextuais que influenciam no desenvolvimento.