O monitoramento do nível de água subterrânea é a principal fonte de informação para determinar os efeitos de estresses hidrológicos nos sistemas de água subterrânea. Dados diários a mensais do nível de água subterrânea são considerados adequados. Por outro lado, dados coletados ao longo de anos a décadas são necessários para abordar os efeitos de longo prazo do desenvolvimento do aquífero e compilar um registro hidrológico, definindo as flutuações do nível de água subterrânea ao longo do tempo. Registros de longo prazo são importantes para entender e corrigir problemas que se desenvolvem em resposta a padrões locais e regionais de extração de água subterrânea e mudanças no uso da terra. A intensificação no uso das águas subterrâneas aliada ao pouco conhecimento acerca da dinâmica de fluxo e armazenamento podem resultar em interferência ambientais como rebaixamento significativo dos níveis d’água, supressão ou redução de vazões de nascentes, diminuição das vazões de poços tubulares, avanço de cunhas salinas e abatimentos de terrenos. Mapear, através de uma rede de monitoramento, o uso da água subterrânea é essencial para o contexto de um uso mais sustentável mas também para o registro mais fidedigno para futuros estudos. Este trabalho busca revisar os conceitos de rede de monitoramento integrado das águas subterrâneas a partir da revisão bibliográfica da literatura disponível. Para atingir esse objetivo são apresentados os diversos fundamentos para a implementação de uma rede de monitoramento. Em seguida, apresentam-se exemplos de redes de monitoramento existentes em alguns países, além da rede de monitoramento brasileira implementada pela CPRM. Por fim, propôs-se uma base teórica atualizada para a revisão da rede de monitoramento existente no Sistema Aquífero Urucuia, localizado na porção oeste da Bahia.