Trabalho de conclusão de graduação
Análise da evolução recente dos projetos de armazenamento e reconversão de CO2 no Brasil e no mundo
Autor
Lucena, Thais dos Santos
Institución
Resumen
Agência Nacional do Petróleo- ANP A urgência atual para descarbonizar as atividades produtivas do setor de petróleo se traduz em
uma crescente pressão por maior compensação de emissões e adoção de tecnologias para
captura e estocagem (CCS) e/ou captura, estocagem e utilização (CCUS) do dióxido de carbono
(CO2) pelas empresas petrolíferas. No entanto, o panorama global das plataformas de captura
de CO2 em escala industrial ainda é pouco desenvolvido e constitui um grande desafio para as
empresas produtoras de petróleo e governos dos seus países sede (IEA, 2020). Neste contexto,
o presente trabalho buscou avaliar a viabilidade e a importância da contribuição de grandes
empresas do setor de óleo e gás (O&G) na redução do desequilíbrio climático a partir da adoção
das tecnologias de CCS e CCUS. Os resultados mostraram que algumas regiões globais e
algumas das empresas listadas possuem maior engajamento em projetos de captura do que
outras. Ao final, a análise realizada neste estudo revela que o emprego das tecnologias de CCS
e de CCUS continua incipiente ao redor do mundo. O melhor resultado, observado dentre as
empresas estudadas com relação ao montante de CO2 capturado, equivale a cerca de 1 milhão
de toneladas de CO2-equivalente (MtCO2e) por ano, contrastando com as estimativas recentes
de até 0,6 Gt CO2e/ano serem capturados globalmente no setor de energia em 2030. Enquanto
isso, as emissões existentes apenas para a categoria “outras emissões indiretas relacionadas a
indústria de O&G” (Escopo 3), atingem 400 MtCO2e por ano em uma única empresa estudada,
e portanto, o volume de CO2 capturado pelas empresa acaba não alcançando sequer o
equivalente a 1% das emissões observadas. Além disso, o estudo permite concluir que, para que
haja a difusão dessas tecnologias, é necessário o desenvolvimento de um conjunto de
instrumentos normativos e de incentivos mais robustos mundialmente para restrições nos níveis
de emissões das empresas e de seus países-sede.