Os aterros sanitários têm sido vistos como uma alternativa para o problema dos resíduos sólidos, cuja geração é crescente e decorre do aumento da população e sua renda, e da intensificação do consumo. No entanto, esta opção de disposição final de resíduos promove a geração de lixiviado, um efluente líquido complexo com grande potencial poluidor que necessita ser tratado antes de seu lançamento em corpos receptores. O presente trabalho teve como objetivo a avaliação do potencial de incrustação nos processos de nanofiltração e osmose inversa do lixiviado do Aterro Sanitário de Gericinó tratado por coagulação/floculação. Os coagulantes cloreto férrico e sulfato de alumínio foram os utilizados no pré-tratamento. O FeCl3, na condição de 4200 mg/L em pH 6,0, apresentou as maiores eficiências de remoção de matéria orgânica e cor, sendo 84% de remoção de DQO, 81% de remoção de COT e 89% de remoção de cor. A melhor condição encontrada para o Al2(SO4)3 foi 4365mg/L em pH 6,0 tendo promovido 60% de remoção de DQO, 40% de COT e 88% de cor. A aplicabilidade do efluente tratado nos processos de nanofiltração e osmose inversa foi avaliada em termos potencial de incrustação (fouling) de membrana, através dos parâmetros SDI (Silt Density Index) e MFI (Membrane Fouling Index). Os valores de MFI e SDI para o efluente tratado com FeCl3, nas condições acima citadas, foram de 2,80.103 s/L2 e 17,14, respectivamente. Para o Al2(SO4)3, os valores foram superiores, sendo o MFI igual a 3,58.104s/L2 e o SDI equivalente a 18,37 na condição de 4000mg/L em pH 6,0. Os resultados obtidos foram muito superiores aos recomendados para a água de alimentação dos processos de separação membranas por nanofiltração e osmose inversa. Conclui-se assim, que o pré- tratamento por coagulação/floculação avaliado, nas condições adotadas, não seja o mais adequado.