O presente trabalho tem como principal objetivo entender, por meio dos referenciais teóricos, como e por que o Instagram, sobretudo através dos filtros, difunde o padrão de beleza contemporâneo e reforça a busca incessante das mulheres pela “perfeição”. Além disso, buscou se compreender como a exposição massiva das usuárias às imagens padronizadas de influenciadoras digitais influencia na subjetividade das mesmas, banalizando o uso excessivo de filtros. A partir dos resultados, inferiu-se que, na sociedade atual, a rede social colabora com a disseminação dos ideais de beleza, incentivando incômodos das mulheres com a própria aparência, e motivando-as a alterar características físicas através de procedimentos estéticos e cirurgias plásticas. Ao consumirem esse “corpo ideal” no ambiente online, as usuárias passam a desejar obtê-lo também na vida offline, visando confeccionar em si mesmas um corpo digno de ser observado. Verificou-se também a autoestima e a felicidade como principais justificativas para seguirem indiscriminadamente os ideais vigentes. Embora as mulheres realmente acreditem que estejam fazendo uma escolha livre de qualquer intervenção externa, constatou-se a existência de todo um processo por trás dessa problemática, influenciado pelo culto ao corpo, o qual se renova ao longo dos anos e é alimentado pelo mercado da beleza.