A presente monografia tem como objetivo apresentar reflexões críticas acerca da dinâmica carnavalesca das ruas cariocas, que foi afetada pelo controle do Poder Público por meio de regulamentações que dividiram a festa entre a oficial e a não oficial. Apresentamos observações específicas sobre o primeiro carnaval pós pandemia de Covid-19, que tomou as ruas apesar de proibições oficiais, em defesa da espontaneidade e contra os discursos que privilegiam o capital ao permitir festas em locais fechados. Consideramos o contexto histórico, social e político da mercantilização do movimento e sua transformação em megaevento, abordando o direito à cidade e como o Carnaval se enquadra nas formas de luta emancipatória. As redes transgressoras e espaços de luta criados pelos grupos opostos às restrições são analisadas sob a ótica da teoria crítica dos direitos humanos de Joaquin Herrera Flores, em conjunto com a obra de Henri Lefebvre, que define os espaços em isotópicos, heterotópicos e utópicos, intentando analisar as transformações das práticas transgressoras em um contexto de limitação da ocupação das ruas e, ainda, sua sujeição a algumas das premissas do capital. No corpo do trabalho também são abordados os trabalhos de Mikhail Bakhtin, João do Rio, Felipe Ferreira, Micael Herschmann, Marina Frydberg, David Harvey e Fernanda Machado.