Os pacientes pediátricos são conhecidos como “órfãos terapêuticos”, pois não participam da realização de estudos clínicos com medicamentos novos que entram no mercado. Este grupo possui fisiologia e farmacocinéticas peculiares à faixa etária as quais só vão se modificando ao longo do tempo, o que caracteriza as crianças como um grupo de risco que possui maior susceptibilidade aos efeitos adversos dos medicamentos. Assim, a terapia farmacológica utilizada na área de pediatria é embasada na extrapolação das informações obtidas durante os testes de pré-aprovação de novos medicamentos realizados com adultos, e muitas vezes a escolha dos medicamentos a serem prescritos é feita de modo empírico e equivocado, caracterizando o uso de medicamentos off-label. Além disso, no mercado farmacêutico existe uma carência de formulações adequadas para subgrupos em diferentes estágios de desenvolvimento fisiológico. O presente trabalho objetivou avaliar os medicamentos que são preconizados para as doenças prevalentes em crianças no município de Macaé quanto as doses e formas farmacêuticas adequadas aos pacientes pediátricos, sendo essas informações confrontadas a lista de medicamentos presente na Pré-REMUME do município. Observou-se que apesar de muitos medicamentos possuírem precauções pediátricas e contraindicações para determinados subgrupos definidos por idade ou peso, a maioria desses já possuem doses destinadas as crianças em diferentes fases de desenvolvimento. Contudo, grande parte dos medicamentos não possui forma farmacêutica adequada à população pediátrica disponível comercialmente. A Pré-REMUME contempla quase 42% dos medicamentos preconizados em suas menores concentrações, destes, cerca de 80% estão em formas farmacêuticas adequadas ao uso e a posologia pediátrica.