Surtos de febre amarela têm ocorrido recentemente, de forma alarmante, em países da África e das Américas do Sul e Central. Este trabalho analisa a viabilidade econômica de produção de uma nova vacina purificada e inativada contra a febre amarela, por meio do cultivo em células Vero em biorreatores sob condições isentas de componentes de origem animal, desenvolvida no âmbito de um projeto conjunto do LECC/COPPE/UFRJ e BioManguinhos/Fiocruz. Com este novo produto pretende-se diminuir a incidência de eventos adversos graves associados à vacina atenuada, possibilitar a imunização de indivíduos com alergia às proteínas de ovo, imunossuprimidos, idosos e bebês (excluídos das campanhas atuais), bem como aumentar a capacidade produtiva, adotando uma nova plataforma tecnológica. Para este estudo de viabilidade econômica, foi realizada uma análise do mercado que apontou uma demanda anual de 60 milhões de doses de vacina. Com este dado se pôde definir a escala de produção e, consequentemente, dimensionar os equipamentos do processamento upstream e downstream. A análise econômica indicou um investimento capital de USD 9,1 milhões para construir e equipar a planta de produção do Ingrediente Farmacêutico Ativo, e um custo de produção de USD 0,31, incluindo o processamento final. O cálculo do valor presente líquido, da taxa interna de retorno e do tempo de retorno mostrou que o projeto proposto é economicamente viável. Também foram realizadas análises de sensibilidade a parâmetros críticos, como preço de venda do produto, taxa mínima de atratividade (TMA) e custos de estudos clínicos.