Trabalho de conclusão de graduação
Avaliação do potencial dos resíduos lignocelulósicos da indústria de celulose para a produção de etanol de segunda geração via rotas químicas
Autor
Viana, Letícia dos Santos
Institución
Resumen
O progressivo esgotamento dos combustíveis de origem fóssil, os constantes aumentos nos
preços dos mesmos e o aumento da poluição ambiental nas grandes cidades incentivam a
busca por tecnologias de produção de energia proveniente de fontes renováveis que
possibilitem a diminuição da dependência petrolífera e que atenuem os problemas ambientais
resultantes do uso de combustíveis não renováveis. Pesquisas referentes ao desenvolvimento
de novas tecnologias para produção de biocombustíveis têm sido investigadas. No entanto,
sabe-se que praticamente 80% do custo de produção dos biocombustíveis é representado pelo
custo da matéria-prima. De aí a importância de utilizar matérias-primas mais baratas, como os
resíduos agroindustriais. Neste contexto, o presente trabalho objetivou avaliar o potencial dos
resíduos lignocelulósicos, gerados pela indústria de produção de celulose, como matériaprima
para a produção de etanol de segunda geração, promovendo a valorização destes
resíduos. No estudo, empregou-se uma concepção de processo em quatro etapas. Inicialmente
realizou-se uma hidrólise ácida do resíduo lignocelulósico, sob condições brandas, para
remoção da hemicelulose; seguida de uma etapa de deslignificação, através de uma hidrólise
básica da fração de celulignina; logo depois uma hidrólise ácida da celulose, visando
disponibilizar os monômeros (açúcares) para sua transformação através de processos de
fermentação. Por se tratar de estudos de avaliação, não foram testadas condições otimizadas.
Mesmo assim, os resultados encontrados para as concentrações de etanol oriundas do
hidrolisado hemicelulósico, bem como do hidrolisado celulósico, foram bem significativos,
sendo 15,3 g.L-1 e 25,3 g.L-1, respectivamente, quando se parte da biomassa com maior
rendimento (cavacos residuais). Diante dessas circunstâncias e, mesmo em escala de
laboratório, seria possível a obtenção de 100 L de etanol para cada tonelada de cavacos
residuais disponíveis.