O futebol brasileiro enfrenta uma crise institucional marcada pelas falhas estatutárias das associações, falta de planejamento estratégico e inadimplemento dos clubes. As entidades de prática desportiva voltadas para o futebol necessitavam de um modelo societário que, simultaneamente, abarcasse suas necessidades e conferisse responsabilidade àqueles que as administram e dirigem. À luz dessa perspectiva, o presente trabalho tem como objetivo examinar a Lei nº 14.193/2021, marco para o futebol brasileiro, que criou o tipo societário da Sociedade Anônima do Futebol - SAF. Para tanto, será abordado, desde o surgimento dos clubes-empresa no Brasil até o Projeto de Lei nº 5.516/2019 e seus entraves, discussões e vetos. Após, há de se examinar as mudanças, como as ações ordinárias classe A, novas formas de quitação e obrigação, as “debêntures-fut”, a obrigatoriedade do Programa de Desenvolvimento Educacional e Social (PDE) e o Regime de Tributação Específica do Futebol (TEF). Por fim, pretende-se demonstrar de que forma a Lei nº 14.193/2021 poderá impactar os clubes de futebol, com enfoque na principal forma de constituição de SAF vista até agora, governança corporativa, responsabilidade social e aprimoramento do gerenciamento de marca.