A divulgação dos esforços humanos direcionados à convergência dos interesses de diversos agentes político-sociais e o papel da tecnologia para o alcance de tal intento motivaram a discussão sobre a tendência ao desenvolvimento sustentável e considerações sobre a Química Verde para a abertura deste trabalho. Em seguida, organizou-se uma revisão sobre o processo de produção do cimento Portland e de hidratação dos componentes do clinker, contemplando também a notação do químico do cimento e a concepção do cimento como material aglomerante através de registros históricos e transcrições originais de relatos dos protagonistas que contribuíram para a sua evolução. Considerações sobre os aspectos mercadológicos da produção do arroz no Brasil, o resíduo oriundo da produção de arroz com casca e a pozolanicidade atribuída às suas cinzas são revisadas. A avaliação das curvas TG, DTG e DTA da casca de arroz (CA) permitiu a identificação de água livre, material volátil, carbono fixo e cinzas e a deconvolução da curva DTG auxiliou na definição das temperaturas de operação para a combustão da CA e obtenção de suas cinzas. A caracterização das cinzas obtidas nas diferentes temperaturas de operação por FRX revelou o progressivo enriquecimento em sílica, à medida que a temperatura de operação era maior, enquanto a análise imediata indicou progressiva redução do teor de carbono fixo nas mesmas condições. O DRX da CA e de suas cinzas indicou a presença de sílica amorfa; reativa para todas as amostras analisadas. A hidratação do cimento (CPII-F32) foi investigada para diferentes percentuais de substituição por cinzas de casca de arroz (CCA) através de NCDTA e calorimetria isotérmica. Por fim, a pozolanicidade foi verificada para as CCA com maiores valores percentuais de substituição e obtidas às temperaturas de 450°C e 600°C.