Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ)Programa Institucional de Iniciação Científica (Pibic) UFRJIntrodução: A emoção e a atenção podem afetar a forma em que sentimos e reagirmos ao ambiente e/ou contexto em que estamos inseridos. Estímulos alimentares são compreendidos no sistema emocional apetitivo por serem necessários à sobrevivência. Já é conhecido que informações relevantes do ponto de vista motivacional recebem processamento cerebral privilegiado. O presente estudo tem o objetivo de investigar a interferência no tempo de reação manual causada por fotografias emocionais de alimentos em uma tarefa de atenção. Metodologia: Os 32 participantes recrutados (21 mulheres, 11 homens, com média de idade de 31.66 anos DP=13,03) realizaram uma tarefa experimental que consistia em julgar a orientação de duas barras periféricas, apertando uma tecla, o mais rápido e acertadamente possível, caso a orientação das barras fosse igual, e outra tecla, caso a orientação fosse diferente. Junto com as barras aparecia uma imagem distratora pertencendo a uma entre 3 categorias diferentes (objetos, alimentos naturais, ou alimentos ultraprocessados). Foi comparada as médias das medianas do tempo de reação manual dos acertos através de análises de variância. Dados sobre hábitos alimentares foram coletados através de questionários e foram correlacionados com os tempos de reação manual e taxa de erros na tarefa. Resultados: As análises revelaram que os tempos de reação eram mais lentos quando a foto era de alimento natural em relação às fotos de objetos e ultraprocessados. Foi encontrada correlação positiva entre as diferenças de taxa de erro de teclas entre as fotos (ultraprocessados - objetos) e a escala de fome, além de uma correlação negativa entre as diferenças de taxa de erro de teclas entre as fotos (ultraprocessados - naturais) com o Índice de Massa Corporal. Conclusões: As fotografias de alimentos naturais, pela sua relevância evolutiva, capturaram preferencialmente a atenção, os participantes demoraram mais para realizar a tarefa de orientação de barras quando estas fotos apareciam. Quanto maior era as diferenças de taxa de erro de teclas entre as fotos de ultraprocessados e objetos e maior também era a fome relatada pelos participantes. Além disso, quanto menor o IMC dos participantes, maior era a taxa de erro de teclas quando as fotos eram de ultraprocessados em relação às naturais.