A presente pesquisa objetiva analisar a jornada de trabalho e as mudanças de sua regulação, bem como verificar as formas através das quais o judiciário trabalhista tem tratado as jornadas exaustivas e os danos causados pelo excesso de trabalho. Busca-se compreender as diferentes concepções de trabalho em relação a diferentes modos de organização socioeconômica para entender o sentido do trabalho assalariado e subordinado a partir do capitalismo e da centralidade do tempo de trabalho à disposição do empregador. É, nesse contexto, que se situam as demandas das organizações e movimentos dos trabalhadores pela limitação das jornadas de trabalho, o que acabou ocasionando a limitação legal da jornada de trabalho. O presente trabalho trata, por um lado, das mudanças na regulação da jornada, com atenção para as recentes modificações perpetradas pela Reforma Trabalhista e, por outro, dos danos causados à saúde do trabalhador devido ao excesso de trabalho. A partir desse quadro, o estudo reflete sobre os tratamentos dispensados pela Justiça do Trabalho ao excesso de jornada e ao dano existencial decorrente, focando na análise de decisões emblemáticas do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região sobre o tema. A metodologia utilizada é a pesquisa teórico-bibliográfica e a pesquisa jurisprudencial, a fim de compreender criticamente o fenômeno da jornada de trabalho.