Esta pesquisa tem como propósito analisar como a noção de “guerra” é utilizada e mobilizada constantemente pelo campo jurídico para produzir sentidos que possam condenar ou inocentar pessoas inseridas em um contexto de violência urbana. Para tanto este trabalho se utiliza de entrevistas, acompanhamento dos autos e análise da mídia de forma a tentar entender como os sentidos produzidos mudam de acordo com o contexto e os meios em que se inserem. O caso “Maria Eduarda”ficou famoso e, embora datado de 2017, até hoje permanece sem resolução na esfera judicial causando grande comoção por parte da mídia. Nesse caso, dois policiais foram vistos atirando sobre “suspeitos” que estavam de costas, no chão, aparentemente desarmados. Foi devido ao vídeo do registro do momento e a subsequente morte da estudante de 13 anos Maria Eduarda que a repercussão social foi grande. O discurso produzido pelo judiciário se apresenta em contato com os discursos produzidos pela mídia, principalmente ao prender os policiais, em primeiro momento, e ao soltá-los, em segundo momento. Esta pesquisa quer entender este percurso.