Nesta pesquisa, faço uma equivalência entre pintura e pensamento enquanto duas operações formadoras de imagens, ambas com o potencial de arranjar e transmitir mensagens. É colocada em dúvida a instância que seleciona tais imagens. Será mesmo autêntica ou estará condicionada por discursos, ideias e propagandas e portanto, será sua imagem/seu conteúdo, também fruto desse condicionamento? Partindo desta inquietação, a pintura foi explorada procurando escapar dos significados e representações, numa oportunidade de diminuir a intensidade da exaustiva dinâmica de seleção, justificação e comparação de conteúdos. No lugar da mensagem, o silêncio. No lugar do conteúdo, o vazio. Tal exploração se deu por duas vias: através de pinturas repetitivas e rítmicas, evocando o silenciamento dos significados e através de pinturas subtrativas, realizadas ao dispersar pigmento de superfícies pintadas naturalmente pelo tempo ou temporalmente pela natureza (camadas de ferrugem, lodo e poeira). Diante da fragilidade dos discursos e representações, silêncio/vazio foram possibilidades de tensionar percepções e definições, antes fixas.