O Tribolium castaneum (Coleoptera: Tenebrionidae) é um inseto com status de praga por atacar os grãos e farelos armazenados, o que acarreta em prejuízos consideráveis para diversos setores agrícolas, assim como afeta a qualidade do produto após a colheita. Para seu controle, usualmente utilizam-se inseticidas químicos, o que é questionável, considerando os danos que, a longo prazo, podem oferecer ao meio ambiente e à saúde pública. Assim, medidas alternativas são buscadas, como o uso de pesticidas botânicos, já que os extratos contendo metabólitos secundários botânicos podem apresentar atividade inseticida. O óleo de copaíba, por exemplo, demonstra atividade inseticida, de repelência e antifeedant frente algumas pragas de armazenamento, podendo ser um modelo viável de pesticida botânico devido sua composição e facilidade de obtenção. A problemática dos pesticidas botânicos encontra-se na sua baixa eficácia devido a facilidade de volatilização e degradação. O aumento da eficácia pode ser realizado através da nanoencapsulação, que, ao aumentar a área superficial do sistema, resulta numa melhor distribuição em superfícies, liberação prolongada e menor toxicidade. Com isso, o objetivo do trabalho é o desenvolvimento de carreadores lipídicos nanoestruturados, estáveis, a base de manteiga de tucumã e óleo de copaíba para futura aplicação pesticida. Foram preparadas 14 formulações pela metodologia de injeção de solventes adaptada, variando os fatores Óleo: Manteiga (0,5:1 – 2:1) e Lipídios totais: Tensoativos (1:1 – 2,5:1) através de um planejamento de superfície de resposta que apresentou como parâmetro de resposta a estabilidade do tamanho de partícula em dias. A caracterização do sistema ocorreu através do tamanho de partícula, índice de polidispersão (PDI) e pH pelas metodologias de espalhamento dinâmico de luz e potenciômetro, respectivamente. Três formulações permaneceram estáveis durante 28 dias com baixas concentrações de tensoativos e alta concentração de lipídio sólido e altas concentrações de lipídios líquidos estabilizadas por altas e baixas concentrações de tensoativos. Essas proporções se devem ao fato dos tensoativos diminuírem a tensão interfacial do sistema, o lipídio sólido aumentar a viscosidade da fase interna e o óleo de copaíba poder apresentar componentes que estabilizam o sistema. As formulações apresentaram o tamanho variando entre 154-235 nm, pH em torno de 5,0 e PDI entre 0,09-0,3. A formulação otimizada de acordo com o parâmetro de resposta conterá níveis de fatores do Óleo: Manteiga 2,3107 e Lipídios totais: Tensoativos 0,6893 com predição de estabilidade por 42 dias. Os resultados deste estudo demonstram a necessidade de um planejamento experimental para obtenção de maior estabilidade considerando os constituintes específicos da formulação e apresentou uma formulação estável através de metodologias acessíveis o que viabiliza sua futura produção e aplicação aos testes de inibição alimentar nas pragas de armazenamento.