O presente trabalho sugere uma reflexão sobre a influência da temporalidade em projetos de arte realizados durante meu período acadêmico no curso de Artes Visuais com ênfase em Escultura da Escola de Belas Artes na Universidade do Rio de Janeiro. A abordagem desta pesquisa focaliza na temporalidade por fragmentos da experiência, apontando para a necessidade de mostrar a importância de compreender o trabalho de arte pelo movimento, ainda assim, como algo que pode encontrar um modo específico de enraizamento. O interesse pelo tema da fragmentação surge por reflexões da arte no limiar entre cultura e natureza, tendo como parte constitutiva dessa questão: a simbologia da raiz, do barro e da árvore, em concepções de diversas metodologias artísticas e suas imbricações, principalmente em proposições práticas de projeto, instalação, escultura, pintura, fotografia e vídeo. Tal investigação foi desenvolvida pesquisando autores como, Vilém Flusser, Gaston Bachelard, que discutem o tema da relação entre natureza e cultura. Atravessando a pesquisa também por referências de artistas que colocam suas ações sobre a importância do gesto de manipulação, onde a argila aparece como matéria que informa a experiência, as mãos presentes como foco da ação do artista, as árvores como um simbólico da presença relevante da natureza atuantes na relação entre o artista, o gesto aplicado na matéria e suas constantes alterações temporais.