Trabalho de conclusão de graduação
Critérios de projeto para incineradores e aterros sanitários de lixo em função das suas emissões gasosas
Autor
Silva, Danielle da
Mantovanelli, Rafaela
Amorim, Verônica dos Santos
Institución
Resumen
Até o ano 2000, não se cogitava utilizar a energia do lixo, que é renovável, para atender às demandas de
energia no Brasil. Até hoje, muitos brasileiros consideram que os aterros de lixo são seguros e não poluem,
como se as emissões de gases e vapores não existissem, porque não são visíveis. Cada vazadouro de lixo
(lixão, aterro controlado ou sanitário) é um imenso reator químico múltiplo, onde ocorrem espontaneamente
vários processos subterrâneos e invisíveis de digestão anaeróbica (análogos à atividade intestinal dos animais
superiores), combustão, pirólise e gasificação de forma incontrolável e silenciosa. Muitas pessoas acreditam
que uma usina incineradora de lixo polui o ambiente, porém diversos estudos de países do Hemisfério Norte
indicam que várias atividades cotidianas como acender cigarros, fogueiras em jardins, churrascos, utilizar
automóveis, vans, ônibus; motocicletas; tratores; caminhões, assim como as ocorrências esporádicas de
incêndios florestais, queima de pneus e montes de lixo e operação de fornos crematórios, também poluem a
atmosfera, e poucos reclamam ou sabem disso. O estado de desconhecimento do grande público, dos
gestores e, até mesmo, de alguns estudiosos da destinação final do lixo, que incluem dezenas de resíduos
perigosos à saúde e ao ambiente, tornou-se a motivação principal para reunir os critérios de projeto para
incineradores e aterros. As dificuldades para encontrar dados científicos e tecnológicos sobre as emissões
gasosas dos aterros e incineradores de lixo porventura existentes no Brasil tornaram imprescindível a
elaboração de um documento básico que possa servir de base para estudos e projetos de empreendimentos
vinculados à destinação segura do lixo. Foram reunidos diversos critérios tecnológicos que esclarecem como é
viável reduzir ou eliminar poluentes tóxicos das emissões gasosas de instalações industriais químicas e das
usinas incineradoras de lixo. Na Europa, sabe-se que os aterros constituem a pior opção de destinação final do
lixo, ao passo que a compostagem e reciclagem são aceitas porque reduzem a poluição e as demandas de
energia da sociedade industrial. Na Alemanha, desde 1º de junho de 2005 os resíduos não-tratados deixaram
de ser destinados a aterros. No Brasil conhece-se, no momento, apenas uma usina termoelétrica de lixo
operando em caráter de demonstração nas instalações localizadas no campus da UFRJ. Estão sendo instaladas
usinas para o aproveitamento da energia do biogás gerado em aterros. Em 18 países europeus existem cerca
de 304 usinas de incineração, 96% das quais produzem ou recuperam energia do lixo. Em bases anuais, a
Europa tem uma capacidade para tratar 50,2 milhões de toneladas de lixos doméstico e correlatos.