Vivemos em um mundo cada vez mais conectado, em que o tempo-espaço se encurta a velocidades avassaladoras. Embora este fenômeno seja muito visível no cotidiano da internet, ele é resultado, em parte, de um processo anterior e mais amplo de expansão da economia industrial pelo mundo. Conforme as grandes empresas públicas e privadas abriam novos escritórios e fábricas em outras regiões e países — e com isso se transformavam em multinacionais —, era preciso desenvolver tecnologias que facilitassem e agilizassem a comunicação entre suas unidades, além da produção e a distribuição das mercadorias produzidas. Por sua vez, a internacionalização das empresas vem promovendo enorme trânsito de funcionários entre suas diferentes sedes, de modo que o intercâmbio cultural tem se ampliado na mesma medida em que as dificuldades de relacionamento e gestão das equipes multiculturais. Segundo a pesquisa Mobility Brasil 2019, algumas das maiores dificuldades enfrentadas por expatriados são as barreiras linguísticas e culturais de um modo geral, além da falta de apoio destas empresas em seu processo de adaptação. Neste trabalho teórico, serão apresentados argumentos a favor do investimento na expatriação de funcionários de todos os níveis, destacando sua importância no estímulo a processos inovativos em face da crise ambiental global. Com este objetivo, serão abordados alguns benefícios e os principais desafios enfrentados na gestão de equipes multiculturais em empresas multinacionais, tendo em vista as interações existentes entre a cultura organizacional baseada na matriz e as diferentes culturas nacionais de seus funcionários. Por fim, serão apresentadas possíveis soluções para estes problemas de acordo com o que a literatura especializada vem demonstrando nos últimos anos, assim como a importância destas equipes na busca de caminhos para um sistema econômico mais sustentável. Pretende-se, com este trabalho, contribuir para a percepção de que as vantagens são mais importantes do que os custos operacionais necessários.