Esta pesquisa parte de uma intuição pessoal e de uma curiosidade pela abstração. Através da reflexão sobre experimentações práticas desenvolvidas ao longo dos últimos anos, são debatidas questões sobre processo criativo, pintura abstrata e obra aberta. Para isso, são analisados momentos relevantes da trajetória de trabalho com a arte e com outras áreas do conhecimento. No decorrer dos capítulos, é apontada a importância para a pesquisa das oportunidades de estar com cientistas e de aprender com eles sobre alguns fenômenos presentes na técnica de pintura usada na produção dos trabalhos apresentados. Tal contato se dá, primeiramente, com as equipes multiprofissionais do NIDF, compostas por matemáticos, químicos e físicos. Em um segundo momento, ocorre em uma residência artística no Instituto Oswaldo Cruz (IOC), através do projeto de extensão Ciência e Arte. Ao longo do texto, essas vivências são compartilhadas e discute-se a maneira como abriram novas possibilidades de explorar os materiais, os suportes e as cores. Além disso, a pesquisa discorre, no âmbito das pinturas abstratas produzidas, sobre a tensão na superfície de contato entre tinta e água e sobre o processo de investigação de resultados do algodão cru ao acetato. Em relação a esse último, são investigados os efeitos da passagem de luz sobre as tintas e as possibilidades tridimensionais proporcionadas por sua rigidez. Por fim, o empilhamento das imagens produzidas é apresentado na VIII Bienal da Escola de Belas Artes - Mutações com a instalação Aquário, um trabalho que pode ser entendido como uma síntese de toda a jornada acadêmica trilhada no curso de graduação em Pintura.