Trabalho de conclusão de graduação
Viver poesia: entre uma coisa e outra
Registro en:
CAETANO, Gabriel de França. Viver poesia: entre uma coisa e outra. 2022. 55 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Artes Visuais - Escultura) - Escola de Belas Artes, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2022.
Autor
Caetano, Gabriel de França
Institución
Resumen
O presente Trabalho de Conclusão de Curso pretende desenvolver a possibilidade de
um viver poético. Para tal, a pesquisa se concentra em três elementos considerados
primordiais à vida: a palavra, o mundo e o corpo. A partir dos pensadores Severino
Antônio e Jorge Luis Borges, inicia-se a conversa falando sobre como o nosso mundo
se constitui como cultura, e sobre como a linguagem é capaz de criar semelhanças
entre diferentes elementos, modificando a forma como os percebemos. A poesia,
logo de cara, aparece como o campo dedicado a pensar a relação concreta entre a
palavra, os fenômenos e as forças causadoras desses. Em seguida, comenta-se sobre
como a elaboração de semelhanças é algo recorrente nas proposições artísticas do
autor. Através do deslocamento de objetos corriqueiros, Gabriel de França Caetano
busca problematizar e complexificar os objetos deslocados e os seus sentidos, assim
como os espaços, as paisagens, o contexto em que vive e os seres com quem divide
esse viver. Aqui, apoiado no pensamento de Paulo Freire, expõe-se a ideia de que é
reescrevendo o mundo que somos capazes de reescrever a nós mesmos, para além
da violência e da opressão. Prossegue-se, então, com uma discussão em torno da
pesquisa de Silvia Federici, mais especificamente sobre a destruição do conceito de
corpo como receptáculo de poderes mágicos, que aconteceu durante a transição do
capitalismo na Europa Medieval, e sobre como a escrita poética de si pode ser um
meio de recuperação desses poderes; uma maneira de pluralizar nossa existência.
Para isso, apresenta-se um caderno de poemas autorais, que trazem em si algumas
vivências do autor e o seu desejo por reinventar sua realidade. Por fim, a partir de
Severino Antônio, pensa-se o que pode vir a ser um viver poético, onde nenhum corpo
ou contexto está limitado à uma única leitura e impedido de ser escrito e reescrito, de
modo a fazer nascer outras formas de vida, conhecimento e história.