O presente estudo apresenta extrema relevância no cenário atual, tendo-se em vista que a internet, desde a sua criação, vem assumindo um papel cada vez mais importante na vida social. Desta forma, a internet é uma ferramenta poderosa na comunicação, marcada pela ausência de fronteiras e pela imensa quantidade de informações. No entanto, a desinformação adquiriu uma velocidade maior na era virtual, pois ela proporciona não só a difusão contínua de notícias falsas, mas também a publicação proposital de uma notícia antiga ou fora de contexto e a mobilização de grandes grupos — ou até mesmo robôs — para reforçar determinados discursos. As consequências desses novos arranjos comunicacionais já foram sentidas em processos eleitorais ocorridos no âmbito da política europeia e norte-americana, principalmente nos últimos anos, colocando em pauta o papel da mídia, bem como de sua interferência nos resultados e nas interações populares, especialmente em âmbito digital, nas grandes nações tidas como parâmetros democráticos. Este trabalho, então, tem como objeto a análise dos impactos das mídias sociais na democracia representativa contemporânea. Desta maneira, será abordado, inicialmente, a relação intrínseca entre internet e democracia, baseado no seu potencial de aproximar pessoas e promover o debate público, direcionando a uma análise das teorias de Jürgen Habermas quanto à esfera pública e à política deliberativa. Ademais, no decorrer do texto, serão mencionadas as novas estruturas de rede e seus potenciais riscos à democracia, diante das ameaças informacionais. Por fim, será elaborado um estudo detalhado sobre as influências das mídias digitais nas eleições gerais no Brasil em 2018, assim como os principais desafios enfrentados pela justiça eleitoral no combate à desinformação e à propagação de notícias enganosas.