Trabalho de conclusão de graduação
A atrofia do arcabouço público brasileiro de apoio financeiro às exportações no século XXI: uma comparação com a Alemanha
Registro en:
ALMEIDA, Caio Moretz-Sohn de. A atrofia do arcabouço público brasileiro de apoio financeiro às exportações no século XXI: uma comparação com a Alemanha. 2020. 99 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Ciências Econômicas) - Instituto de Economia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2020.
Autor
Almeida, Caio Moretz-Sohn de
Institución
Resumen
Este trabalho busca contribuir com o debate acerca da efetividade do arcabouço público de
financiamento e seguro às exportações do Brasil a partir da comparação, baseada em critérios
operacionais de distribuição geográfica e setorial do apoio, entre seus principais instrumentos
– o BNDES Exim, o Programa de Financiamento às Exportações (Proex) e o Seguro de Crédito
à Exportação (SCE) – e os principais instrumentos do arcabouço público alemão – o KfW
IPEX-Bank e a Hermes Cover –, que serve à comparação como padrão de referência. O objetivo
principal é verificar, juntamente com uma análise descritiva dos instrumentos brasileiros e
alemães, se há disfuncionalidades estratégicas e operacionais do arcabouço brasileiro que
justifiquem a redução abrupta constatada do volume financiado e coberto das exportações nos
últimos anos por esses instrumentos (sobretudo pelo BNDES Exim e pelo SCE). Os resultados
mostram que o BNDES Exim, o Proex e o SCE não apresentam grandes divergências para com
seus pares alemães, não havendo, portanto, clamorosas disfuncionalidades operacionais que
justifiquem o comportamento recente de queda dos desembolsos do financiamento público
brasileiro às exportações e das coberturas concretizadas pelo SCE. Porém, ao contrário do que
ocorre na Alemanha, carecem de uma estratégia coordenada que vise integrá-los a políticas
inovativas e de desenvolvimento produtivo, o que limita sua efetividade no aumento da
competitividade das exportações brasileiras. Diante disso, e no contexto atual de crise
econômica doméstica, argumenta-se a favor do fortalecimento, já no curto-prazo, do arcabouço
público brasileiro de fomento financeiro às exportações, cujas benesses estariam, porém,
limitadas em razão do cenário de recessão mundial causado pela pandemia do novo coronavírus.
Assim, advoga-se pela integração, no médio e longo prazo, do financiamento e seguro públicos
às exportações a estratégias inovativas e produtivas com o intuito de alavancar, de forma
sustentada, a competitividade internacional dos bens e serviços brasileiros, substancialmente
reduzida em meio aos processos brasileiros de desindustrialização e especialização regressiva
que a economia brasileira tem experimentado nos últimos quinze anos.