Trabalho de conclusão de graduação
Uma análise comparativa do padrão de acumulação da economia brasileira durante os anos dos governos Lula e Dilma (2003 – 2016)
Autor
Humia, Monique Renée Pinto
Institución
Resumen
Este trabalho tem como objetivo analisar comparativamente o padrão de acumulação e distribuição de renda dos governos Lula e Dilma, buscando avaliar os motivos que levaram o governo Lula a ter obtido sucesso em sua estratégia de amenizar temporariamente o conflito distributivo na economia brasileira, enquanto o governo Dilma não. Para isso, foi realizada uma apresentação dos principais indicadores macroeconômicos do período, identificando os pontos de continuidade e ruptura destes governos em termos de desempenho, de gestão da política econômica, de performance do setor externo e de demais fatores sociais e institucionais. Como resultado, foi possível avaliar que, por um lado, o governo Lula conseguiu um bom desempenho em termos de crescimento econômico com maior inclusão e redução das desigualdades sociais. Desempenho este que foi resultante de um conjunto de políticas econômicas que possibilitaram uma trajetória de crescimento com acomodação do conflito distributivo, tendo em vista o aumento simultâneo de lucros e salários em termos reais. Este padrão, caracterizado como “jogo de ganha-ganha”, conseguiu ser acomodado, principalmente, devido ao bom desempenho do setor externo e aos impactos positivos derivados do “Efeito China” no período em destaque. Por outro lado, os anos do governo Dilma foram caracterizados por sucessivos erros de gestão econômica e pela junção de fatores exógenos negativos que resultaram na deterioração dos principais indicadores macroeconômicos do país, na queda da lucratividade e, consequentemente, no tensionamento do conflito distributivo da sociedade. Nesse contexto, a instabilidade política e econômica da “Operação Lava-Jato” e o forte sentimento de “antipetismo” que se espalhou pela população também contribuíram para transformar a crise econômica em curso numa crise de proporções estruturais pela qual a economia brasileira vem passando nos últimos anos.