Trabalho de conclusão de graduação
O mercado fonográfico brasileiro e os impactos das novas tecnologias durante o período 1995-2006
Autor
Carvalho, Vinícius Costa de
Institución
Resumen
Este trabalho busca demonstrar como a indústria fonográfica brasileira no período 1995-
2006 sofreu mudanças significativas a partir dos avanços tecnológicos que mudaram
totalmente sua estrutura de produção, distribuição, marketing e armazenamento. Das
grandes massas aos pequenos nichos, das grandes redes de produção ao “faça você
mesmo”, das lojas de tijolo e argamassa aos megabytes, da escassez à abundância, da
cabeça da curva à cauda longa.
Até princípios da década de 90 do século XX, o mercado fonográfico dedicou-se
freneticamente ao lançamento de artistas voltados ao grande público. As rádios e a TV
não paravam de tocar suas músicas, que com uma massificação da execução tornavam-
se grandes hits. O propósito era pura e simplesmente a maximização de vendas de
fonogramas ( Lp ́s, K7, VHS e depois CD ́s e DVD ́s). Durante muito tempo foi esse o
sistema vigente de mercado. A oferta era muito restrita ao que as grandes gravadoras
estavam dispostas a lançar, o marketing exacerbado em alguns artistas e músicas
funcionava a pleno vapor para conquistar uma demanda quase que impossibilitada de
escolhas. A produção de fonogramas apresentava outra barreira para a restrição de
oferta. Era necessário um investimento altíssimo para gravar um disco que mesmo
sendo gravado independentemente esbarrava na extrema dificuldade para distribuição e
venda nas lojas especializadas. Todo o sistema funcionava a favor de um modelo
altamente concentrado e disposto a manter-se no mesmo ritmo de funcionamento.
As novas tecnologias de reprodução de música trouxeram a pirataria remunerada,
comercializada no mercado informal por um preço muito abaixo dos produtos originais,
criando uma transferência de consumo e a criação de demanda por parte do preço baixo
de oferta, impactando drasticamente nas receitas das grandes gravadoras do mercado
fonográfico brasileiro.
A popularização da internet, o surgimento do MP3 e a criação de programas de
compartilhamento de músicas peer-to-peer (programa no qual os usuários baixam
músicas diretamente do computador de outros usuários), tendo como pioneiro o Napster
começou a modificar as estruturas do mercado, no qual uma geração inteira criou o
hábito de simplesmente conectar-se a internet e fazer o download de músicas sem pagar
nada por isso. Essa prática está aumentando desenfreadamente, pois a conexão via
internet está cada vez mais rápida, permitindo o download de músicas em velocidade
quase que instantânea.
A popularização das ferramentas de produção e a utilização da internet como novo
veículo de distribuição e comercialização direta entre produtor e consumidor, fez com
que as grandes gravadoras perdessem o monopólio da produção, reprodução e
distribuição dos fonogramas e cada dia a mais se perdem dentro de um labirinto sem fim
para encontrar a solução para o problema das novas condições do mercado.