dc.creatorFundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca
dc.date2017-07-24T16:03:13Z
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dc.date2013
dc.date.accessioned2023-09-27T00:11:57Z
dc.date.available2023-09-27T00:11:57Z
dc.identifierRADIS: Comunicação e Saúde. Rio de Janeiro: FIOCRUZ/ENSP, n. 127, abr. 2013. 24 p. Mensal.
dc.identifierhttps://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/20318
dc.identifier.urihttps://repositorioslatinoamericanos.uchile.cl/handle/2250/8898437
dc.descriptionAdotamos como tema de reflexão a metáfora do copo meio cheio, meio vazio, tão utilizada para retratar o que ocorre hoje – ou desde sempre – com o Sistema Único de Saúde. Já mostramos a parte cheia que não é vista e por quê (Radis 104). Desta vez, a ideia é que atores sociais importantes em sua construção digam o que falta ao SUS, para além do que é visível, como o fim das filas perversas ou uma melhor qualidade na atenção à saúde. O SUS concebido como parte de uma grande Reforma Sanitária, inscrito na Constituição, debatido e aperfeiçoado em sucessivas Conferências Nacionais de Saúde, é muito mais interessante, bom para todas as pessoas e para o país, do que o que é levado ao conhecimento da população. Com diferentes ênfases, nossos entrevistados querem dos governantes maior compromisso político, forte investimento e financiamento, melhor gestão, sem privatização e com ampla participação social, carreiras públicas com profissionais valorizados e preparados para o cumprimento de sua missão. Os depoimentos avaliam erros e acertos, disputas e tensões que mantêm vazia parte desse copo. O sonho do SUS não vai acontecer, alertam alguns, enquanto também a sociedade não superar a visão de saúde como mercadoria ou apenas como assistência médica, exigindo direito amplo à saúde, dentro de uma concepção de garantia de todos os direitos sociais. O princípio universal do direito à saúde — assegurado pelo Estado a todos de forma integral e equitativa — sofre assédio da economia liberal e dos interesses de mercado. Nessa disputa simbólica e prática de como efetivar o direito à saúde, há que se ter cuidado com os interesses de corporações transnacionais que ganham muito dinheiro com as doenças, vendendo saúde. Neste tema é preciso atenção, porque nem a Opas nem a OMS se alinham inteiramente com a visão histórica do movimento sanitário internacional e brasileiro. Com a produção da revista em curso, fomos surpreendidos pela denúncia de que a presidenta Dilma Rousseff acertara com seguradoras e empresas de planos de saúde o apoio de fundos públicos para a qualificação e ampliação de seus negócios. Se confirmada a notícia, essa estratégia representaria romper com a Reforma Sanitária, relegar o SUS a um papel secundário e abandonar a população à própria sorte. O copo se quebraria de vez. O assunto provocou imediatos debates na internet e na imprensa. Entidades como a Associação Brasileira de Saúde Coletiva, o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde, a Frente Nacional contra a Privatização da Saúde e os Conselhos de Medicina de todo o país dispararam duríssimas críticas. Não houve desmentido na imprensa por duas semanas, até que o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, fosse ao Conselho Nacional de Saúde para assegurar enfaticamente que não era nada daquilo que saiu nos jornais e afirmar que o governo não tinha negociado redução de impostos nem financiamentos ao setor privado. De copo cheio com 25 anos de sustos e contramarchas na implantação do SUS, os aguerridos defensores do sistema arrefeceram as críticas, aguardando os acontecimentos. Mas a rápida reação sinalizou que não há espaço para nem mais uma gota d’água na direção errada.
dc.formatapplication/pdf
dc.languagepor
dc.publisherFundação Oswaldo Cruz/ENSP
dc.rightsopen access
dc.titleRADIS - Número 127 - Abril
dc.typePeriodical


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