Periodical
RADIS - Número 120 - Agosto
Registro en:
RADIS: Comunicação e Saúde. Rio de Janeiro: FIOCRUZ/ENSP, n. 120, ago. 2012. 24 p. Mensal.
Autor
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca
Resumen
Comemorar 30 anos do Programa Radis é falar de jornalismo sem idealização, sem o disfarce da neutralidade. Contar a história de uma iniciativa genuína de Estado que nunca cedeu às amarras da divulgação chapa-branca e que disputa com a mídia comercial, mesmo de forma assimétrica, pelo poder simbólico de falar sobre saúde.
Radis é também uma prática social reflexiva e contra-hegemônica nos campos da Saúde e da Comunicação. Sob constante cobrança externa e autocrítica, busca a comunicação que construa e defenda criticamente o Sistema Único de Saúde, que contribua para o aprofundamento da democracia, sem a qual não há saúde coletiva.
Valorizar a participação traz interlocutores para dentro do nosso território – a escolha das palavras registradas no papel da revista e no éter da internet. A matéria de capa debate o compartilhamento desse lugar de poder que é a mediação, em crise e transformação diante das tecnologias e da midiatização da vida contemporânea.
Em tempos de desqualificação da política e da participação, a revista Radis insiste no tema dos direitos humanos, essencial para a democracia.
Relembramos o Massacre de Manguinhos e o retorno à Fiocruz, em 1986, dos pesquisadores cassados pela ditadura militar. Na seção Súmula, a confirmação das torturas na “casa da morte”, em Petrópolis/RJ. No Pós-Tudo, Cid Benjamin escreve sobre o dever histórico da Comissão da Verdade de investigar os crimes de Estado que deveriam ter sido enfrentados desde o primeiro dia da redemocratização no país.
Denunciamos a perseguição e criminalização dos movimentos sociais na ainda tosca democracia vigente. Na região do Xingu, professores e religiosos idosos são indiciados por formação de quadrilha pela participação em protestos contra a construção da usina de Belo Monte, e cineastas e indígenas recorrem às Nações Unidas para mostrar os bastidores obscuros da grande obra. No Rio de Janeiro, dois pescadores e ativistas de saúde ambiental na Baía da Guanabara foram assassinados quatro dias após participarem de debates sobre sustentabilidade com sindicalistas e dirigentes da Fiocruz, durante a Rio+20.
Uma linha editorial crítica e independente afirma-se diante de cada novo fato, acontecimento ou debate. Mas não precisa ser maçante nem sisuda. Como se pode notar, a revista Radis está de cara nova. Passou por uma reforma gráfica, que esperamos torná-la mais clara, colorida e agradável. Boa leitura!