Dissertation
Raça e SRAG por COVID-19 no município do Rio de Janeiro: uma avaliação crítica com base em análise de sobrevivência
Race and COVID-19 SARS in Rio de Janeiro: a critical evaluation based on survival analysis
Registro en:
PASTURA, Danielle Cristina Lourenço dos Santos. Raça e SRAG por COVID-19 no município do Rio de Janeiro: uma avaliação crítica com base em análise de sobrevivência. 2023. 113 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2023.
Autor
Pastura, Danielle Cristina Lourenço dos Santos
Resumen
A pandemia de COVID-19 não impactou e, ainda hoje, não impacta a população de forma homogênea. No Brasil, a questão da raça apresenta-se como um importante diferencial nos eventos de saúde, incluindo os desfechos associados à COVID-19. Observou-se, ao longo da pandemia, um padrão de letalidade mais elevado entre a população negra. Considerando que os fatores mais importantes para agravamento da doença no Brasil são, em ordem de relevância, a idade, os fatores socioeconômicos e, somente então, a presença de comorbidades e que os negros brasileiros apresentam condições socioeconômicas muito piores do que às da população branca, pode-se entendê-los como parte de um grande grupo de risco para agravamento da COVID-19. Além disso, sabidamente negros apresentam maiores dificuldades de acesso aos serviços de saúde, de modo que muitas vezes sequer sabem ser portadores de comorbidades potencialmente agravantes à COVID-19, ou apresentam menor possibilidade de controlá-las. Não obstante, o racismo intrínseco, institucional e estrutural, um determinante social da saúde demonstrado a partir de diversos indicadores, dentre os quais as taxas de mortalidade da população negra, mostra-se presente em todos os níveis de atenção à saúde brasileiros, em suas mais diversas instâncias. Deste modo, este trabalho objetiva analisar o diferencial de raça para a sobrevida por COVID-19 entre as hospitalizações ocorridas no município do Rio de Janeiro durante a pandemia. Foi elaborada uma de análise de sobrevida a partir da seleção de notificações de síndrome respiratória aguda grave por COVID-19 feitas no município do Rio de Janeiro entre a data do primeiro óbito registrado no Brasil e a decretação do fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, a fim de avaliar os tempos entre manifestação de primeiros sintomas e internação; internação e desfecho (óbito); e manifestação de primeiros sintomas e desfecho (óbito), correlacionando-os à variável de interesse da raça e às covariáveis de idade; sexo; presença ou ausência de multimorbidades; presença ou ausência de sinais/sintomas maiores no momento da notificação; ser residente ou não no município do Rio de Janeiro; ser morador de área urbana ou rural; ter necessitado de internação em UTI ou não. Com isso, espera-se caracterizar os casos hospitalares por COVID-19 no Rio de Janeiro segundo variáveis sociodemográficas e clínicas, descrever o percurso entre sintomatologia inicial e desfecho dos pacientes hospitalizados que evoluíram para óbito, analisar a probabilidade de sobrevivência em pacientes internados segundo raça/cor de pele; associar aspectos da determinação social de saúde à sobrevida dos pacientes hospitalizados. COVID-19’s pandemics did not impact and still now does not impact people homogeneously. In Brazil, race shows itself as an important differential in health events, including COVID-19’s outcomes. We observed, along the pandemics, a higher lethality pattern among black and brown populations. Considering the most important factor for the disease severity in Brazil are, in order of relevance, age, the socioeconomic factors and, only then, comorbidities, and that black and brown Brazilians have much poorer socioeconomic conditions comparing to white people, we can understand these populations as part of a group under greater risk of aggravation by COVID-19. Besides, it is known that black and brown people face more difficulties to access healthcare services, in a way that sometimes they are not even aware of the comorbidities possessed, which can potentially aggravate COVID-19, or present less possibilities to control these diseases. Nonetheless, intrinsic, institutional and structural racism, a health social determinant shown by many indicators such as mortality rates of black and brown populations, presents itself in all healthcare levels in Brazil. Thus, this study aims to analyze the racial differential for COVID-19’s survival amongst the hospitalized patients in Rio de Janeiro during the COVID-19’s pandemics. We performed a survival analysis from selected notifications of COVID-19’s induced Severe Acute Respiratory Syndrome in Rio de Janeiro from the date of the first death registered in Brazil to the end of the Public Healthcare Emergency of National Interest, in order to evaluate the times between first symptoms and hospitalization; hospitalization and outcome (death); and first symptoms and outcomes (death), relating those to the variable of interest race and the covariables age; sex; presence or absence of major signs/symptoms; presence or absence of multimorbidities; resident of Rio de Janeiro or not; resident of urban/rural areas; ICU hospitalization or not. With that, we aim to characterize hospitalized COVID-19 cases in Rio de Janeiro regarding sociodemographic and clinical variables, describe the course between initial symptomatology and outcomes of the inpatients who utterly passed, analyze the survival probability of in-patients according to their race/skin color; relate social health determinants aspects to the survival rates of the hospitalized patients.
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