Dissertation
Investigação sobre autoctonia dos casos e óbitos por esquistossomose registrados na cidade do Recife, Pernambuco, no período de 2005-2013
Research on autochthonous cases and deaths from schistosomiasis registered in Recife, Pernambuco, in the 2005- 2013 period
Registro en:
OLIVEIRA, Emília Carolle Azevedo de. Investigação sobre autoctonia dos casos e óbitos por esquistossomose registrados na cidade do Recife, Pernambuco, no período de 2005-2013. 2015. 62 f. Dissertação (Mestrado Acadêmico em Saúde Pública) - Fundação Oswaldo Cruz, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Recife, 2015.
Autor
Oliveira, Emília Carolle Azevedo de
Resumen
Introdução: No Brasil o Schistosoma mansoni é considerada endêmica na região rural. Contudo, existe um aumento dos casos notificados em cidades maiores.
Pernambuco ocupa o 3° lugar em prevalência na região nordeste, principalmente em
áreas que circundam as zonas da mata. Entretanto, a partir da década de 90, a
Região Metropolitana do Recife tem sido considerada uma área endêmica para
esquistossomose. Objetivo: Investigar a autoctonia dos casos e óbitos por
esquistossomose na cidade do Recife, no período de 2005 a 2013, e definir o perfil
socioeconômico, demográfico e sócio espacial dos pacientes. Metodologia: Estudo
de corte transversal de base populacional através do levantamento de dados
secundários compostos por óbitos por causa básica de esquistossomose registrados
no Sistema de Informação de Mortalidade em 2005 a 2013, mais os casos de
esquistossomose notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação
em 2007 a 2013 para a cidade do Recife. Foi realizada a busca ativa dos familiares
dos óbitos para aplicação de inquérito como complemento das informações.
Resultados: No Sistema de Informação de Mortalidade foram identificados 297
óbitos por causa básica de esquistossomose e foi realizada a busca ativa de 130
familiares desses óbitos. Em média ocorrem 33 (DP=5,34) óbitos anuais por
esquistossomose no município de Recife. No relacionamento probabilístico das
notificações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação e óbitos do
Sistema de Informação de Mortalidade, 23 foram pareados. A maioria dos pacientes
que foi a óbito por esquistossomose residiu em município não endêmico para a
doença e veio para o Recife por razões familiares. Os informantes mencionaram que
76,2% viajaram para outros municípios, onde a metade era endêmico, em busca de
lazer. Em se tratando dos fluxos do Sistema de Informação de Agravos de
Notificação e Sistema de Informação de Mortalidade, 23,8% e 20,8%
respectivamente registravam o Recife como munícipio de infecção. Conclusão: A
maioria dos óbitos registrados no Sistema de Informação de Mortalidade, não foi
notificado no Sistema de Informação de Agravos de Notificação. A investigação dos
óbitos por esquistossomose demonstrou que existiu uma parcela de indivíduos que
nunca viajou para fora do Recife e mesmo assim evolui para a fase crônica da
doença com desfecho para o óbito. Assim como, 23,8% dos casos notificados no
Sinan, cujo município de infecção é a cidade do Recife. Embora os depoimentos dos
familiares, na investigação dos óbitos, sugiram a existência de autoctonia não se
pode afirmar diante dos relatos que os 20,8% dos indivíduos investigados sejam
casos autóctones, por causa do viés de memória dos seus parentes. Visto que, se a
pessoa investigada mencionasse uma única vez que visitou alguma área endêmica
para esquistossomose seria descartada a autoctonia