Dissertation
Estabelecimento de ensaio para triagem e identificação de drogas contra a neurotoxicidade causada pelo zika vírus
Registro en:
CAVALCANTE, B. R. R. Estabelecimento de ensaio para triagem e identificação de drogas contra a neurotoxicidade causada pelo zika vírus. 2018. 85 f. il. Dissertação em Patologia) – Universidade Federal da Bahia. Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Gonçalo Moniz, Salvador, 2018.
Autor
Cavalcante, Bruno Raphael Ribeiro
Resumen
INTRODUÇÃO: O vírus da Zika (ZIKV), um membro pertencente ao gênero
Flavivirus e à família Flaviviridae, chamou a atenção da população com sua rápida
expansão geográfica e o aumento da patogenicidade, incluindo Síndrome de Guillain-
Barré e microcefalia. Até o momento, não existe nenhuma vacina aprovada ou terapia
específica para prevenir ou tratar a infecção por ZIKV. Dadas as complicações da
infecção por ZIKV e os potenciais danos à saúde pública, opções de tratamento
efetivas, incluindo vacinas e intervenções farmacológicas, têm se tornado o foco de
Universidades e indústrias em todo o mundo. OBJETIVO: Realizar ensaio para
triagem e identificação de drogas contra a neurotoxicidade causada pelo ZIKV em
células progenitoras neurais (NPCs) humanas. METODOLOGIA: A triagem de drogas
consistiu na avaliação do potencial antiviral de cloroquina, fingolimod (FTY720),
mefloquina, tenofovir, N,N-dimetilesfingosina (DMS), azidotimidina (AZT) e ácido
betulínico, em 3 linhagens celulares, que incluíram células HepG2, fibroblastos
dermais e NPCs humanos em uma plataforma de triagem de alto conteúdo.
RESULTADOS: NPCs derivadas de células-tronco humanas de pluripotência induzida
(iPSCs) foram geradas e caracterizadas com sucesso para testes de drogas in vitro.
Todas as drogas avaliadas não apresentaram efeito antiviral satisfatório para a
infecção com ZIKV, nem em HepG2 nem em fibroblastos, com exceção do ácido
betulínico, que, embora tenha indicado modesto efeito antiviral em NPCs, acarretou
menos morte celular após a infecção viral nesta linhagem. CONCLUSÃO: Este ensaio
baseado na utilização de NPCs derivadas de iPSCs produziu resultados consistentes
para a triagem de drogas quanto à avaliação de neurotoxicidade. Além disso, o ácido
betulínico evidenciou um efeito citoprotetor em NPCs infectadas por ZIKV, as quais
são muito suscetíveis aos efeitos da infecção viral. INTRODUCTION: Zika virus (ZIKV), a member of the genus Flavivirus and the
Flaviviridae family, has drawn the population's attention with its rapid geographic
expansion and increased pathogenicity, including Guillain-Barré syndrome and
microcephaly. To date, there is no approved vaccine or therapy to prevent or treat ZIKV
infection. Due to ZIKV infection complications and potential threat to public health,
effective treatment options, including vaccines and pharmacological interventions,
became the aims of Universities and industries around the world. OBJECTIVE: To
perform an assay for drug screening to identify agents against ZIKV neurotoxicity in
human neural progenitor cells. METHODOLOGY: The drug screening was performed
in order to evaluate antiviral potential of chloroquine, fingolimod (FTY720), mefloquine,
tenofovir, N,N-dimethylsphingosine (DMS), azidothymidine (AZT) and betulinic acid
(BA) in 3 cell lines, including HepG2 cell line, human dermal fibroblasts and human
NPCs on a high-content screening platform. RESULTS: human induced pluripotent
stem cells (iPSCs)-derived NPCs were successfully generated and characterized for
in vitro screening assays. All the screened drugs did not display a satisfactory antiviral
effect after ZIKV infection, neither on HepG2 nor on fibroblasts, except for betulinic
acid, which, although indicated a mild antiviral effect on NPCs, led to less cell death
after viral infection in this cell line. CONCLUSIONS: The assay based on the use of
iPSCs-derived NPCs presented in this work produced consistent results for drug
screening for the evaluation of neurotoxicity. In addition, betulinic acid displayed a
cytoprotective effect on NPCs infected by ZIKV, as they are very susceptible to the
effects of viral infection.