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Exposição a agrotóxicos e eventos adversos na gravidez no Sul do Brasil, 1996-2000
Pesticide exposure and adverse pregnancy events, Southern Brazil, 1996-2000
Registro en:
CREMONESE, Cleber et al. Exposição a agrotóxicos e eventos adversos na gravidez no Sul do Brasil, 1996-2000. Cadernos de Saúde Pública, v. 28, n. 7, p. 1-10, 2012
0102-311X
1678-4464
Autor
Cremonese, Cleber
Freire, Carmen
Meyer, Armando
Koifman, Sergio
Resumen
O Brasil é o primeiro mercado mundial consumidor
de agrotóxicos. Evidências epidemiológicas apontam
associação entre exposição materna a agrotóxicos e
eventos adversos na gravidez. Realizou-se um estudo
ecológico para investigar possíveis associações entre o
consumo per capita de agrotóxicos por microrregiões
e eventos adversos em nascidos vivos na Região Sul
do Brasil no período 1996-2000. Dados foram obtidos
junto ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) e ao Departamento de Informática do SUS
(DATASUS). Microrregiões foram agrupadas segundo
quartis de consumo de agrotóxicos e foram calculadas
razões de prevalência (RP). O teste qui-quadrado foi
usado para calcular o valor de p de tendência lineal.
Nas microrregiões de maior consumo de agrotóxicos
nascimentos prematuros (< 22 semanas) e de índice de
Apgar 1o e 5o minuto insatisfatório (< 8) apresentaram
RP significativamente maiores, tanto em meninos como
em meninas. Não foi observado um padrão similar
em relação a baixo peso ao nascer. Estes achados sugerem
a exposição intraútero a agrotóxicos como possível
fator de risco para eventos adversos na gravidez,
como parto prematuro e maturação inadequada. Brazil is the world’s largest consumer of pesticides.
Epidemiological studies have shown an
association between maternal exposure to pesticides
and adverse pregnancy events. An ecological
study was conducted to investigate potential
relations between per capita pesticide consumption
and adverse events in live born infants in
micro-regions in the South of Brazil (1996-2000).
The data were obtained from the Brazilian Institute
of Geography and Statistics (IBGE) and
the Health Information Department of the Unified
National Health System (DATASUS). Microregions
were grouped into quartiles of pesticide
consumption, and prevalence ratios (PR) were
calculated. Linear trend p-values were obtained
with the chi-square test. Premature birth (gestational
age < 22 weeks) and low 1 and 5-minute
Apgar score (< 8) in both boys and girls showed
a significantly higher PR in the upper quartile of
pesticide consumption. No significant differences
were observed for low birth weight. The findings
suggest that prenatal pesticide exposure is a risk
factor for adverse pregnancy events such as premature
birth and inadequate maturation.