Dissertation
Avaliação da interferência da vacinação contra febre amarela na vacinação contra rubéola
Evaluation of the interference of the vaccine yellow fever in the vaccine rubella
Registro en:
SILVA, Juliana Romualdo do Nascimento da. Avaliação da interferência da vacinação contra febre amarela na vacinação contra rubéola. 2008. 80 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2008.
Autor
Silva, Juliana Romualdo do Nascimento da
Resumen
A administração simultânea de várias vacinas em uma mesma visita a um serviço de
saúde é amplamente recomendada como uma estratégia de evitar a perda de
oportunidades de vacinação. No Brasil, a vacina contra febre amarela e a vacina
combinada contra sarampo, rubéola e caxumba (triviral) são dadas simultaneamente na
rotina para crianças de 12 meses de idade apenas no Distrito Federal. Em outros estados
brasileiros a administração simultânea dessas vacinas é recomendada para aqueles que
não foram imunizados contra febre amarela aos 9 meses de idade. A interferência de
outras vacinas de vírus vivos atenuados pode explicar a baixa resposta imune contra
febre amarela em crianças e isto pode ser bastante relevante quando o país está
fortemente engajado no controle da rubéola. Para avaliar a interação da vacina contra
febre amarela e da vacina contra rubéola combinada com sarampo e caxumba foi
conduzido um ensaio clínico randomizado duplo-cego com as vacinas 17D/213 e 17DD
administradas concomitantemente com a vacina triviral (em injeções separadas) ou com
30 dias de intervalo. Crianças com 12 a 23 meses de idade elegíveis para vacinação
contra febre amarela e rubéola foram convidadas a participar do estudo em unidades
públicas de saúde do Distrito Federal. Amostras de soro obtidas antes e 30 dias após a
vacinação foram testadas para anticorpos contra essas doenças. Em crianças vacinadas
simultaneamente, 90,6% e 66,8% soroconverteram para rubéola e febre amarela,
respectivamente. Entre os vacinados contra febre amarela 30 dias após a triviral, as
proporções de soroconversão foram 97,3% e 85,9% respectivamente. Consistentemente,
os títulos médios geométricos dos anticorpos contra rubéola e febre amarela foram
significativamente menores nas crianças vacinadas simultaneamente. A resposta imune
não diferiu entre as subcepas vacinais de febre amarela. O estudo indica que a
interferência recíproca entre a resposta imune para o componente rubéola da triviral e
para a vacina contra febre amarela justifica uma revisão dos calendários vacinais e
recomendações do Programa Nacional de Imunizações brasileiro. The simultaneous administration of several vaccines in the same visit to the health care
unit is widely recommended as a strategy to avert missing opportunities of vaccination.
In Brazil, the yellow fever vaccine and a combined vaccine against measles, rubella and
mumps (MRM) are given simultaneously to children at 12 months of age, on a routine
basis, only in Distrito Federal. In other Brazilian states simultaneous administration of
those vaccines is recommended for those who missed immunization against yellow
fever at 9 months of age. Interference of other attenuated live virus vaccines was
hypothesized to explain a suboptimal immune response to yellow fever vaccine in
infants and was thought to be relevant when the country is deeply engaged in control of
rubella. To evaluate the interaction of the yellow fever vaccine and the rubella vaccine
combined with measles and mumps vaccines, a double-blind randomized trial with
17D/213 and 17DD yellow fever vaccine strains administered simultaneous to MRM (in
separate injections) or with 30 days of interval was conducted. Children with 12 to 23
month old eligible for vaccination against yellow fever and rubella were invited to
participate that study in public health care units of Distrito Federal. Serum samples
obtained before and 30 days after vaccination were tested for antibodies against the
target diseases. In children who were vaccinated simultaneously 90,6% and 66,8%
seroconverted for rubella and yellow fever, respectively Among those vaccinated
against yellow fever 30 days after MRM, seroconversion rates were 97,3% and 85,9%
respectively. Consistently, geometric mean titers of rubella and of yellow fever
antibodies were significantly lower in children vaccinated simultaneously. The immune
response did not differ substantially across vaccine substrains. The study indicated that
reciprocal interference in the immune response to the rubella component of MRM and
the yellow fever vaccine justified a revision of vaccination schedules and
recommendations of the Brazilian National Immunization Program.
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