Papers presented at events
Pandemia e contextos criativos: interlocuções e tecnologias comunicacionais de populações vulneráveis no Distrito Federal
Registro en:
Autor
Cavaca, Aline Guio
Elias, Webert da Cruz
Araújo, Ruan Italo de
Santos, Andressa Bruna Rodrigues
Oliveira, Isabella Moura de
Araújo, Inesita Soares de
Lisboa, Márcia Rodrigues
Resumen
Trabalho apresentado no 15° Congresso Internacional da Rede Unida que ocorreu entre os dias 16 a 19 de junho de 2022, na Universidade Federal do Espírito Santo - UFES (campus de Goiabeiras) - Centro de Educação Física e Desportos (CEFD), na cidade de Vitória, Espírito Santo, Brasil.
Aline Guido Cavaca - Fundação Oswaldo Cruz. Fiocruz Brasília. Brasília, DF, Brasil. Documento produzido em parceria ou por autor vinculado à Fiocruz, mas não consta à informação no documento. Apresentação: No cenário da pandemia de covid-19, a comunicação e a educação em saúde
revelam-se centrais no enfrentamento junto às comunidades. Entretanto, percebe-se poucas
estratégias educacionais e participativas contextualizadas para públicos específicos, tais
como as populações vulnerabilizadas. A presente pesquisa está referida ao núcleo do Distrito
Federal (DF) da investigação multicêntrica “Pandemia e contextos criativos: cartografia de
tecnologias e arranjos de informação e comunicação de populações negligenciadas para
enfrentamento de covid-19”, coordenada pelo Laboratório de Pesquisa em Comunicação e
Saúde do ICICT (Laces) e financiado pelo edital Encomendas Estratégicas - Inova covid-19
–Geração de Conhecimento, da Fundação Oswaldo Cruz. No DF, a unidade da federação
mais desigual do país, foi evidenciada a existência dessas estratégias comunicacionais
próprias das comunidades periféricas, numa série de oficinas com comunicadores populares,
organizadas pela Fiocruz-Brasília, em 2020. Este trabalho objetivou produzir conhecimento
sobre tecnologias informacionais e comunicacionais de populações vulnerabilizadas no
território do Distrito Federal no contexto do enfrentamento da pandemia de covid-19. Tratase de uma pesquisa transversal qualitativa, orientada por cinco etapas, comuns aos cinco
núcleos regionais da pesquisa: 1) Identificação das experiências, por meio de mapeamento
pela internet dos grupos comunitários; 2) Caracterização das tecnologias e atores sociais; 3)
Compreensão das perspectivas e ressignificações, por meio de entrevista virtual com atoreschave, transcrição e análise de conteúdo do material empírico; 4)Apresentação: Dos resultados às lideranças para validação, em sessão coletiva virtual por núcleo e 5) elaboração
colaborativa de material audiovisual digital juntamente com as comunidades. Inicialmente,
foram mapeadas pela internet 14 iniciativas no DF, relacionadas a atividades comunitárias e
periféricas, que tinham algum componente comunicacional sobre covid-19 direcionado à comunidade em suas práticas. Após uma primeira análise, foram selecionadas dez
experiências. As respectivas lideranças foram contatadas e entrevistadas, compondo o
panorama das principais tecnologias comunicacionais a seguir: Território Cultural Mercado
Sul, Taguatinga (DF): “boca a boca” e as histórias e vida dos moradores foram acionadas
como tecnologias comunicacionais. Coletivo Nós por Nós, Cidade Ocidental-GO: articulação
em rede. Casa Akotirene, Ceilândia (DF): comunicação orgânica e presencial. RUAS,
Ceilândia (DF): pack de cards estratégicos. Distrito Drag, Brasília (DF): Advocacy como
estratégia de atuação junto às comunidades. Portal Canário, Brasília (DF): tecnologias
digitais. No Setor, Brasília (DF): equipamentos territoriais como instrumentos de
comunicação. Diário de Ceilândia, Ceilândia (DF). Jornal comunitário independente e digital.
Guardiões da Saúde, Brasília (DF). Software em formato de aplicativo. Instituto Barba na Rua,
Brasília (DF). Rede de solidariedade e TV comunitária. Os resultados evidenciaram que as
principais tecnologias comunicacionais utilizadas pelas iniciativas estudadas diziam respeito
às realidades locais em que estavam inseridas, respeitando as características e
representatividades de suas comunidades. Em síntese, podemos concluir que é
imprescindível a criação de processos de escuta, diálogo, participação social e produção em
conjunto de informações em saúde que sejam reconhecidas como legítimas pelo público a
que se destinam.