Papers presented at events
Vigilância popular em saúde, dispositivo para produção do conhecimento e promoção emancipatória da saúde
Registro en:
CUNHA, Marize Bastos da et al. Vigilância popular em saúde, dispositivo para produção do conhecimento e promoção emancipatória da saúde. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS EM SAÚDE, 8., 2019, João Pessoa. Anais... João Pessoa: ABRASCO, 2019. 2 p.
978-85-85740-10-8
Autor
Cunha, Marize Bastos da
Pivetta, Fatima Regina
Zancan, Lenira
Sousa, Fabiana Melo
Francisco, Mônica Santos
Costa, Viviani Cristina
Porto, Marcelo Firpo de Souza
Freitas, Jairo Dias de
Resumen
Considerando o desencontro entre a dinamicidade de territórios vulneráveis, em processos de mudança, e a refração do sistema de saúde a esta dinamicidade, a pesquisa se propôs a produzir e circular informações - considerando o conhecimento, a experiência e respostas sociais dadas pelos moradores e coletivos locais- e refletir sobre as possibilidades de uma rede de vigilância popular em saúde. Discutir a potencialidade de uma rede popular de vigilância, que incorpore as experiências de moradores e técnicos nas pesquisas e intervenções desenvolvidas no nível local, de forma a ampliar o acesso e a qualificação da Atenção Primária em Saúde. A partir do diálogo com uma rede de agentes sociais atuantes em Manguinhos, o projeto realizou visitas regulares de campo, monitoramento das redes sociais e mídia eletrônica, oficinas de discussão, entrevistas e produção de materiais políticos pedagógicos. As oficinas formadas por pesquisadores, moradores e trabalhadores do território, tendo o áudio visual como dispositivo mediador do diálogo, constituíram a estratégia para reunir, confrontar e estabelecer interlocução entre distintos saberes, de forma a fornecer maior qualidade, contextualização e transparência à produção de conhecimento, e aos possíveis processos de compreensão e engajamento dos agentes sociais envolvidos. Identificação de situações limite no território e das respostas sociais elaboradas pelos moradores e coletivos locais; sistematização e circulação de informação da situação de saúde e seus determinantes nas redes sociais virtuais e presenciais; mobilização e escuta qualificada dos moradores e coletivos locais, profissionais de saúde, bem como o estabelecimento de uma rede de parcerias que resultou no acompanhamento técnico da ação da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro e da Comissão de Moradores de Manguinhos a respeito dos problemas ocasionados pelo PAC; produção técnico-científica; cadernos de oficinas; slides shows e vídeos. Uma pequena rede, formada por moradores e trabalhadores locais, é capaz de identificar problemas e circular informações, e atuar no apoio às situações limites. Ela configura o embrião de uma possível rede de vigilância popular, capaz de produzir conhecimentos e respostas a problemas em saúde, qualificar a atenção primária em saúde e atuar como espaço formativo dos agentes participantes, resgatando o princípio freiriano de promoção da autonomia.