Article
Indicadores de doenças crônicas não transmissíveis em mulheres com idade reprodutiva, beneficiárias e não beneficiárias do Programa Bolsa Família
Indicators of chronic noncommunicable diseases in women of reproductive age that are beneficiaries and non-beneficiaries of Bolsa Família
Registro en:
BERNAL, Regina Tomie Ivata et al. Indicadores de doenças crônicas não transmissíveis em mulheres com idade reprodutiva, beneficiárias e não beneficiárias do Programa Bolsa Família. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 22, Suppl 2, p. 1-13, 2019.
1415-790X
10.1590/1980-549720190012.supl.2
Autor
Bernal, Regina Tomie Ivata
Mendes, Mariana Santos Felisbino
Carvalho, Quéren Hapuque de
Pell, Jill
Dundas, Ruth
Leyland, Alastair
Barreto, Mauricio Lima
Malta, Deborah Carvalho
Resumen
Objetivo: Avaliar a prevalência dos indicadores de doenças crônicas não transmíssiveis (DCNT), incluindo exames laboratoriais, na população de mulheres brasileiras em idade reprodutiva segundo o recebimento do benefício Bolsa Família (BF). Métodos: Consideraram-se as 3.131 mulheres de 18 a 49 anos que participaram da submamostra de exames laboratoriais da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS). Foram comparados indicadores entre as mulheres em idade reprodutiva (18 a 49 anos) que disseram ter ou não Bolsa Família e calculados prevalência e intervalo de confiança (IC) usando χ² de Pearson. Resultados: Observou-se que as mulheres em idade reprodutiva beneficiárias do BF quando comparadas às não beneficiárias têm piores desfechos em saúde, como maior ocorrência de sobrepeso (33,5%) e obesidade (26,9%) (p < 0,001), hipertensão 13,4% versus 4,4% (p < 0,001), uso de tabaco (11,2%) versus 8,2% (p = 0,029), além de 6,2% perceberem sua saúde pior, em comparação a 2,4% das mulheres não beneficiárias (p<0,001). Conclusão: Diversos indicadores de DCNT tiveram pior desempenho entre as mulheres em idade reprodutiva beneficiárias do BF. Destaca-se que essa não é uma relação causal, sendo o BF um marcador de desigualdade entre mulheres. O benefício tem sido direcionado à população com maior necessidade em saúde, buscando assim reduzir iniquidades. Medical Research Council (MC_UU_12017/13) and the Scottish Government Chief
Scientist Office (SPHSU13). CIDACS is supported by grants from CNPq/MS/Gates Foundation (401739/2015-5) and the Wellcome
Trust, UK (202912/Z/16/Z). EE UFMG is supported by grants from the Health Surveillance Secretariat, Ministry of Health. TED 66-2018 Objective: To evaluate the prevalence of noncommunicable disease (NCD) indicators, including laboratory tests, in the population of Brazilian women of reproductive age, according to whether or not they receive the Bolsa Família (BF) benefit. Methods: A total of 3,131 women aged 18 to 49 years old who participated in the National Health Survey (Pesquisa Nacional de Saúde) laboratory examination sub-sample were considered. We compared indicators among women of reproductive age (18 to 49 years old) who reported receiving BF or not, and calculated prevalence and confidence intervals, using Pearson's χ². Results: Women of reproductive age who were beneficiaries of BF had worse health outcomes, such as a greater occurrence of being overweight (33.5%) and obese (26.9%) (p < 0.001), having hypertension (13.4% versus 4.4%, p < 0.001), used more tobacco (11.2% versus 8.2%, p = 0.029), and perceived their health as worse (6.2% versus 2.4%, p < 0.001). Conclusion: Several NCD indicators were worse among women of childbearing age who were beneficiaries of BF. It should be emphasized that this is not a causal relationship, with BF being a marker of inequalities among women. The benefit has been directed to the population with greater health needs, and seeks to reduce inequities.