Dissertation
As implicações dos planos e seguros de saúde no trabalho médico: a questão da autonomia
Implications of prepaid health plans and insurances of health in the medical work: the question of the autonomy
Registro en:
GARBIN, Helena Beatriz da Rocha. As implicações dos planos e seguros de saúde no trabalho médico: a questão da autonomia. 2005. 64 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2005.
Autor
Garbin, Helena Beatriz da Rocha
Resumen
O crescimento significativo do mercado de asseguramento privado em saúde,
principalmente a partir da segunda metade do século XX, é uma das principais questões
a ser considerada quando da discussão a respeito do trabalho médico e da profissão
médica. Utilizando o suporte teórico da Sociologia das Profissões, este estudo procura
estabelecer uma idéia de profissão baseada no trabalho de Eliot Freidson, priorizando a
conceituação de autonomia profissional técnica, econômica e organizacional. Com
destaque especial para a profissão médica, busca mostrar o que a diferencia das outras
profissões e apresenta uma discussão sobre os principais questionamentos que se fazem
à conceituação freidsoniana de profissão.
Procedeu-se a uma pesquisa qualitativa com médicos para avaliar não só a
provável interferência que o trabalho atrelado a planos e seguros de saúde exerce sobre
a sua autonomia técnica, como também as possíveis conseqüências para a sua prática
profissional e para a relação médico-paciente. Procurou-se, ainda, compreender o
significado atribuído pelos médicos às questões relativas à profissão. Os resultados
sugerem que, de fato, a autonomia clínica desse profissional sofre ingerência das
empresas de asseguramento privado de saúde, as quais, por serem empresas financeiras,
estão submetidas à lógica do capital. Contudo, não é só a autonomia técnica que é
afetada; o mesmo tende a ocorrer com a autonomia econômica e a organizacional. Além
disso, a relação médico-paciente pode ser fortemente comprometida pela presença de
um terceiro elemento, que serve de intermediário entre os dois atores sociais envolvidos,
gerando um descompromisso entre ambos, na medida em que se distanciam e passam a
se ver como “médicos do plano” e “pacientes do plano”. Finalmente, há um aumento
dos riscos inerentes à prática, trazendo insegurança para médicos e pacientes. No
entanto, apesar de todos os conflitos, os convênios são considerados um mal necessário
para a formação de clientela, realização de procedimentos, acesso à tecnologia, entre
outros fatores. One of the most significant topics involving the discussion about medical work
and medical profession is the intensive growth of the market to private health insurance,
mainly after the second half of the 20th century. Using the theoretical approach of the
Sociology of the Professions, this study pursuits to establish the idea of profession,
based on the work of Eliot Freidson, prioritizing the conception of professional
autonomy: technical, economic and organizational. It specially emphasizes the medical
profession, trying to establish what distinguishes this profession from the others. It also
brings up a discussion about the theories that challenges Freidson’s conception of
profession.
A qualitative research among physicians was performed to evaluate a possible
interference with technical (clinical) autonomy, in face of the work attached to health
insurance plans, and the possible consequences to the practice and to the patientphysician relationship. Another issue searched was the meaning to physicians of such
professional-related questions. The results suggest that, in fact, technical autonomy
suffers interference from health insurance companies, that are financial companies,
therefore submitted to the logic of capital. Not only clinical autonomy, but also
economic and organizational autonomy tend to be affected, and the physician-patient
relationship can be strongly compromised by the presence of this third element, acting
as an intermediary between the two social actors. As they grow apart and start to see
each other as “the insurance doctor” and “the insurance patient”, a lack of commitment
appears between these two actors. Besides, there is an increase in the risks inherent to
the practice, bringing insecurity to both physicians and patients. Nevertheless, despite of
all this conflicts, the health insurance plans are considered a necessary evil to be known
and have access to technology, among other factors.
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