Dissertation
Avaliação da vacina trivalente inativada anti-influenza das temporadas de 2018, 2019 e 2020 no Brasil: impacto da obesidade, idade e imunidade prévia
Registro en:
CAPÃO, Artur Silva Vidal. Avaliação da vacina trivalente inativada anti-influenza das temporadas de 2018, 2019 e 2020 no Brasil: impacto da obesidade, idade e imunidade prévia. 2021. 122 f. Dissertação (Mestrado em Biologia Parasitária) - Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2021.
Autor
Capão, Artur Silva Vidal
Resumen
Os vírus influenza ocasionam 290 a 650 mil mortes mundialmente durante suas epidemias anuais, sendo assim de especial relevância para a saúde pública. A sua alta taxa de mutação faz com que seja necessário reformular anualmente a vacina. Apesar da vacinação ser a melhor ferramenta para o seu controle, apresenta variações de eficácia, com grandes diferenças entre temporadas e entre estirpes e com a possibilidade de não concordância entre estirpes vacinais e circulantes. Além disso, a literatura apresenta indícios de respostas reduzidas em certas populações de risco, como idosos e obesos, bem como em indivíduos previamente vacinados contra a influenza. Considerando estes fatores, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a resposta de voluntários à vacina trivalente inativada anti-influenza nas temporadas de 2018, 2019 e 2020 no Brasil, observando-se a influência que a idade, obesidade e imunidade prévia podem ter na resposta vacinal. Para tal, foram realizados ensaios de inibição da hemaglutinação, avaliando-se os títulos de anticorpos ao longo dos anos, e procurando-se comparar as populações de jovens versus idosos, eutróficos versus obesos e avaliando-se a influência da imunidade prévia na resposta vacinal, bem como avaliando a resposta frente a estirpes vacinais de anos anteriores e estirpes circulantes representativas. A partir dos títulos de inibição de hemaglutinação, foram avaliadas as métricas de soroproteção e soroconversão. Observamos que a vacina foi capaz de induzir altos níveis de soroproteção pós-vacinais (>84%), apesar da soroconversão baixa em comparação com a literatura (13-43%). A vacina foi capaz de induzir proteção cruzada tanto para estirpes componentes anteriores da vacina e estirpes circulantes representativas, novamente com altos índices de soroproteção. Em 2018, foi observada uma resposta mais intensa para o componente anterior do que o componente vacinal de H3N2. A proteção induzida pela vacina perdurou durante a temporada de influenza, mas realçou a necessidade de vacinação anual. A análise de títulos contra o componente de H3N2 de 2018 em uma outra coorte, da USP, apontaram padrões semelhantes aos observados na coorte original. O acompanhamento dos voluntários sugeriu alta eficácia vacinal. Identificamos que as populações obesas, idosas, previamente vacinadas e soroprotegidas previamente à vacinação apresentam uma resposta parcialmente reduzida para alguns componentes vacinais. Os mecanismos responsáveis por estas variações na resposta precisam ser estudados, determinandose o seu impacto na resposta vacinal, devendo a avaliação da vacina ser contínua para permitir o seu aprimoramento. Influenza viruses are responsible for 290 to 650 thousand deaths worldwide during their annual epidemics, thus representing an important public health concern. Due to their high mutation rates, the vaccine needs to be reformulated each year. Vaccination is considered to be the best tool available for influenza control, but there are still variations in its efficacy, with large differences between seasons and strains, with the possibility of miss-match between vaccine and circulating strains. In the literature, there is evidence of reduced efficacy in certain at-risk populations, such as the elderly or obese, as well as previously vaccinated individuals. Based on those factors, the objective of this study was to evaluate the response to the inactivated trivalent influenza vaccine in the 2018, 2019 and 2020 seasons in Brazil, determining the influence that age, obesity and previous immunity can have on vaccine response. To accomplish that, hemagglutination inhibition assays were performed, enabling us to evaluate antibody titers over time, to compare the young versus elderly and normal weight versus obese populations, as well as evaluating the impact of previous immunity on vaccine response, regarding each year\2019s vaccine strains, past years vaccine strains and representative circulating strains. Using the antibody titers, we were able to evaluate the seroconversion, seroprotection and fold-increase metrics. We observed that the vaccine induced high post-vaccination seroprotection levels (>84%), even if seroconversion was low compared to the literature (13-43%). The vaccine was able to induce cross-protection to both circulating strains and past years vaccine strains, with high levels of post-vaccination seroprotection. In 2018, we observed a more intense response to the previous years vaccine component than the 2018 vaccine component for H3N2. The protection induced by the vaccine lasted for the duration of an influenza season, but our results emphasize the necessity of annual vaccination. The analyses of antibody titers against the 2018 H3N2 vaccine component in a different study population (USP population), indicated similar atypical patterns as we had observed in our own population. Volunteer follow-up indicated high vaccine efficacy. We observed that the obese, elderly, previously vaccinated and seroprotected previously to vaccination populations had a partially reduced response to certain vaccine strains. Vaccine response evaluation needs to be continuous and the mechanisms responsible for these variations in vaccine response need to be studied and their impact on vaccine response determined, in order to permit the continuous improvement of influenza vaccines.
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