Esta pesquisa tem como objetivo analisar o papel das comunidades virtuais como suporte às portadoras de câncer de mama sob a perspectiva da educação em saúde não formal. Grupos e páginas no Facebook, enquanto comunidades virtuais, tornam-se locais onde os pacientes, por nível de familiaridade, se encontram para trocarem experiências com aqueles que enfrentam a mesma condição de saúde. A análise destes espaços será de enorme valor para a área de Saúde, buscando entender as relações em redes nessa área e dar voz às portadoras de câncer de mama e aos envolvidos no cuidado destas tornando-se uma estratégia para trazer à tona o \201Cnão dito\201D nos serviços de oncologia. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa descritiva qualitativa. Os dados de 2016 foram coletados retroativamente pelo aplicativo Netvizz e a análise de conteúdo se deu por meio das nuvens de palavras como recurso de identificação dos núcleos de sentido. Foram selecionadas 10 comunidades virtuais, sendo cinco grupos e cinco páginas, do Facebook, relacionados ao câncer de mama, de caráter aberto e público, em português e com maior número de membros. Resultados: Foram resgatadas 2921 postagens, sendo 1722 comentários nos grupos e 1536 nas páginas, totalizando 28.542 palavras (11.633 nos grupos e 16.909 nas páginas). A partir destes comentários, foi criada a nuvem de palavras representativa, e discutida em categorias transversais: 1) Eu confessional; 2) Você interacional; 3) Processo terapêutico e 4) Religiosidade Conclusões: Constatamos pelos resultados que o suporte oferecido nesses espaços se dá, especialmente, nas esferas informacional e emocional, perpassando todo um \201CArco de Intervenções\201D, indo desde a fase de diagnóstico até o controle da doença. A partir deste arco, reconhece-se a necessidade da adoção de uma comunicação dialógica sensível às necessidades dos pacientes resultando na proposição de práticas educativas em saúde. O entrelaçamento entre a saúde e as redes sociais é uma alternativa para unir pacientes, especialistas e áreas do conhecimento. Para isso, embora não se possa ignorar os riscos do uso excessivo deve-se, por outro lado, aceitar que, mais do que um hábito, participar de uma comunidade digital pode ser uma prática social positiva e um aliado no tratamento. A compreensão das significações das informações partilhadas nas comunidades virtuais por mulheres com câncer de mama pode contribuir para a realização de práticas de cuidado que não se restrinjam às abordagens de cunho biológico e tecnicista, mas sim mais integrais e efetivas, numa assistência holística, na qual a comunicação, educação e a saúde caminhem de forma complementar. Conclui-se que as redes sociais quando utilizadas corretamente e seguindo códigos de conduta específicos, podem contribuir para a área da saúde e se tornarem ferramentas transformadoras para os profissionais e pacientes.This research aims to analyze the role of virtual communities in supporting breast cancer patients from the perspective of non-formal health education. Facebook groups and pages, as virtual communities, become places where patients, by level of familiarity, meet to exchange experiences with those who face the same health condition. The analysis of these spaces will be of enormous value for the Health area, seeking to understand the relationships in networks in this area and to give voice to breast cancer patients and those involved in their care, becoming a strategy to bring out the \201Cunsaid\201D in oncology services. Methodology: This is a qualitative descriptive research. The 2016 data were collected retroactively by the Netvizz application and the content analysis took place through word clouds as a means of identifying the nuclei of meaning. 10 virtual communities were selected, including five groups and five Facebook pages, related to breast cancer, of an open and public nature, in Portuguese and with the largest number of members. Results: 2921 posts were retrieved, with 1722 comments in the groups and 1536 in the pages, totaling 28,542 words (11,633 in the groups and 16,909 in the pages). From these comments, the representative word cloud was created and discussed in cross-cutting categories: 1) Confessional self; 2) You interaction; 3) Therapeutic process and 4) Religiosity Conclusions: We can see from the results that the support offered in these spaces occurs, especially, in the informational and emotional spheres, spanning an entire \201CArc of Interventions\201D, ranging from the stage of diagnosis to the control of the disease. From this arc, the need to adopt a dialogical communication sensitive to the needs of patients is recognized, resulting in the proposition of educational health practices. The intertwining of health and social networks is an alternative to unite patients, specialists and areas of knowledge. To this end, although one cannot ignore the risks of overuse, one must, on the other hand, accept that, more than a habit, participating in a digital community can be a positive social practice and an ally in treatment. The understanding of the meanings of information shared in virtual communities by women with breast cancer can contribute to the realization of care practices that are not restricted to biological and technical approaches, but rather more comprehensive and effective, in a holistic assistance, in which communication, education and health go hand in hand. It is concluded that social networks, when used correctly and following specific codes of conduct, can contribute to the health area and become transforming tools for professionals and patients.