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Vulnerabilidades que aproximam
Registro en:
STEVANIM, Luiz Felipe. Vulnerabilidades que aproximam. RADIS: Comunicação e Saúde, n. 212, p.10-15, 2020.
Autor
Stevanim, Luiz Felipe
Resumen
"Fique em casa" tem outro sentido nas aldeias. O
apelo da Organização Mundial da Saúde (OMS)
e de outras autoridades sanitárias pelo distanciamento social — única medida capaz de conter
o avanço da pandemia do novo coronavírus — é adaptado à
realidade dos povos indígenas. Do território Xakriabá, localizado
no município de São João das Missões, no extremo norte de
Minas Gerais, Célia Xakriabá conta que as populações indígenas
acompanham com preocupação as notícias sobre o novo vírus
e reforçam outra ideia: para eles, o “Fique em casa” é “Fique na
aldeia”. “É muito mais uma reflexão sobre ‘Fique na sua primeira
casa’, que é nosso próprio corpo, para repensar o comportamento do nosso ser no mundo”, ressalta a líder indígena, cientista
social e doutoranda em antropologia pela Universidade Federal
de Minas Gerais (UFMG). Para além de uma guerra biológica contra a covid-19, estamos diante, segundo Célia, de uma “guerra
civilizatória que requer outro modo de vida”.